Um recém-nascido, com apenas seis dias de vida, foi submetido à uma cirurgia para tratamento de uma cardiopatia congênita grave, em Goiânia.
Vicente de Paula Pires Rezende nasceu em 14 de abril deste ano com a síndrome do Coração Esquerdo Hipoplástico e é o primeiro paciente do Sistema Único de Saúde (SUS) a sobreviver ao procedimento.
Recém-nascido sobrevive a cirurgia no coração
De acordo com a mãe, Fabiana Silveira Pires, o diagnóstico sobre a doença no coração da criança foi dado ainda no pré-natal, quando tinha 20 semanas de gestação.
“Eu não sabia o que era e preferi não buscar no Google para não ficar ainda mais abalada”, disse.
Ao tomar conhecimento da gravidade da síndrome que poderia levar seu filho à morte, ela relata ter ficado sem escolhas.
“Ou era a cirurgia ou era ter meu filho”, conta.
Em 20 de abril, data em que completou seis dias de vida, Vicente foi submetido à uma cirurgia de quase 12 horas, no Hospital Estadual de Urgências da Região Noroeste de Goiânia Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol).
Emocionada, Fabiane conta que embora tenha ficado apreensiva durante o procedimento cirúrgico, o sentimento maior que carregava era de esperança.
Segundo ela, quando viu a médica dizendo que a cirurgia tinha sido um sucesso, uma montanha saiu de suas costas.
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No entanto, explica que tem consciência de que agora em diante será um processo longo para recuperação do pequeno Vicente.
“Foram dias de angústia vendo ele deitado, entubado, cheio de aparelhos, sonda dreno. Queria pegar toda aquela dor e por em mim. Preferia passar por ele, mas ele passou e foi muito forte”, conta emocionada.
Vicente já retornou ao convívio da família e não corre risco de vida. Sua mãe, Fabianem celebra a gratidão por poder estar ao seu lado.
Saiba o que é a doença
A Síndrome da Hipoplasia do Coração Esquerdo (SHCE), também conhecida como Síndrome do Coração Esquerdo Hipoplásico, é uma malformação cardíaca congênita rara e grave.
Essa síndrome é caracterizada por um conjunto de anomalias cardíacas, incluindo uma redução significativa ou ausência do ventrículo esquerdo e hipoplasia da aorta ascendente.
Como resultado, o coração do bebê não é capaz de bombear sangue adequadamente para atender às necessidades sistêmicas. A incidência da doença é estimada em cerca de 1 a 5 casos a cada 10 mil nascimentos vivos.
Essa condição é considerada uma cardiopatia congênita crítica e está associada a aproximadamente 23% das mortes cardíacas na primeira semana de vida e 15% das mortes cardíacas no primeiro mês de vida. A sobrevivência depois das primeiras seis semanas de vida é rara sem intervenção médica.