Nesta segunda-feira (26/6), o julgamento do caso Robertinho, que envolve a morte do adolescente Roberto Campos da Silva, foi retomado após quatro adiamentos.
Três policiais militares (PMs), Cláudio Henrique da Silva, Paulo Antônio de Souza Júnior e Rogério Rangel Araújo Silva, estão sendo acusados de serem responsáveis pela morte de Robertinho e estão na condição de réus.
Julgamento do caso Robertinho é iniciado após sucessivos adiamentos
O pai da vítima, Roberto Lourenço, foi o primeiro a testemunhar. Durante seu depoimento, expressou a busca por justiça pela morte de seu filho e falou da dor que ainda sente pela perda do filho.
“É um dor muito grande, sem fim. Parece que foi ontem. A gente não deseja uma situação dessa para ninguém”, disse.
Roberto ainda falou sobre o que aconteceu naquele 17 de abril de 2017. Segundo ele, seu filho foi morto após tentar defendê-lo dizendo que o pai era um homem “trabalhador e honesto”.
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De acordo com a promotora Renata de Oliveira, do Ministério Público de Goiás (MPGO), o sentimento é de confiança em relação às provas apresentadas.
Ela cita a invasão da casa da vítima durante a noite, as testemunhas, além da contradição em relação ao que afirmam os policiais que haveria alguma ocorrência na região, o que não se confirmou.
Já o advogado de defesa, Thales Jayme, explicou que, ao todo, nove pessoas devem ser ouvidas, sendo cinco de acusação e quatro da defesa.
De acordo com ele, a intenção é provar que a interpretação do caso está “equivocada” e que irá usar as linhas de “legítima defesa, homicídio privilegiado e absolvição por negativa de autoria”.
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O júri foi suspenso às 20h30 da noite segunda-feira (26) e será retomado às 8h30 da terça-feira (27) com os debates entre acusação e defesa.
Relembre o caso
▪️ O crime ocorreu em 17 de abril de 2017, quando policiais à paisana interromperam o fornecimento de energia da casa da família de Robertinho e invadiram alegando investigação de posse ilegal de arma de fogo.
▪️ Dessa forma, o pai ao observar que três pessoas com porte de arma ameaçavam invadir sua casa, ele deu um tiro para cima, como forma de intimidar a quem confundiu como assaltantes.
▪️ Durante a ação, os PMs dispararam várias vezes, atingindo o adolescente com mais de dez tiros e seu pai com cinco.
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▪️ Robertinho não sobreviveu aos ferimentos e faleceu no local. Seu pai foi levado ao Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) e recebeu alta dias depois.
▪️ Os policiais envolvidos sempre alegaram ter agido em legítima defesa. Além disso, afirmaram ter recebido denúncias de que a residência das vítimas era um ponto de tráfico de drogas, fato esse que não se confirmou.