A Comissão Especial de Inquérito, que investiga supostas irregularidades na Companhia de Urbanização de Goiânia (CEI da Comurg), ouviu, nesta segunda-feira (17/4), o diretor de Logística Ronaldo Macedo, que ocupa a função há quase dois anos.
Depoimento à CEI da Comurg
▪️ Os vereadores questionaram o diretor sobre quatro questões principais: condições da frota de veículos da Comurg e manutenção, critérios de escolha de gestores e fiscais de contratos, fluxograma e funcionamento da coleta de lixo na capital, e contratos específicos com fornecedores relacionados a peças, pneus e combustíveis.
▪️ No início da reunião, o diretor explicou os critérios de escolha do atual gestor do contrato de R$ 170 milhões da Comurg com a Rede Sol, Fabrício Sotto, para aquisição de combustíveis.
▪️ O que levanta suspeita dos vereadores é a relação de amizade entre Sotto e o atual diretor financeiro da Comurg, Adriano Renato Gouveia, ambos naturais de São Paulo.
“Um contrato tão vultoso como esse, entregue nas mãos de um desconhecido?”, questionou o presidente da CEI, Ronilson Reis (PMB).
▪️ De acordo com o acordo com Macedo, ele acompanha a questão de perto e afirma que todo o processo passou pelo Recursos Humanos (RH). Além disso, o diretor de logística assegurou a fiscalização do contrato e disse que, até o momento, não ocorreram problemas, queixas e denúncias.
“Foi uma decisão muito discutida pela Diretoria, essa, de trocar a forma de termos o combustível; de tirá-lo dos postos e trazer para dentro da Comurg. Cabia muita responsabilidade. Por isso, trato essa questão de perto”.
Frota de veículos
▪️ Ao falar sobre a frota dos veículos da Comurg, o diretor de logística disse que é um problema que está gerando prejuízos a empresa, em especial por causa de manutenções. No total, a empresa conta com 109 caminhões, mas não opera com a frota completa.
Estamos sempre nos equilibrando entre 50 e 60 caminhões ativos e em torno de 47 parados, em oficina, ou no pátio, aguardando uma peça ou passando por reparos. Enviamos guincho para dois ou três caminhões por dia; há muito estrago durante o trabalho”.
“Trabalhamos no limite, mas temos conseguido sobreviver. Com certeza, trabalharíamos com mais folga se tivéssemos mais caminhões”, reconheceu.
Desvios de funções
▪️ Diretor de Logística da Comurg, Ronaldo Macedo, também admitiu desvios de funções e pagamentos em atraso com fornecedores em depoimento à CEI da Comurg.
▪️ Fora o contrato de R$ 170 mi para combustíveis, há outros contratos de R$ 32 mi para peças e R$ 3,7 mi para pneus.
▪️ Além disso, segundo Macedo informou à Comissão, todos os circuitos de coleta de lixo na cidade estão passando por reavaliação para melhorar a prestação do serviço.
▪️ No fim da reunião, os vereadores pediram ao diretor de logística as cópias de atas das reuniões da Comissão do Compliance e do cronograma de pagamentos dos fornecedores, inclusive dos que se encontram em atraso.
▪️ Nesta terça-feira (18), a CEI ouvirá Fabrício Sotto, gestor do contrato de R$ 170 milhões na área de combustíveis.