O vândalo que destruiu o relógio do século XVII, no Palácio do Planalto, no 8 de janeiro foi preso pela Polícia Federal nesta segunda-feira (23/1), em Uberlândia, Minas Gerais.
Antônio Cláudio Alves Ferreira, de 30 anos, foi filmado jogando no chão um relógio do artista francês Balthazar Martinot, dado como presente à Dom João VI, pela Corte Francesa, em sua vinda ao Brasil, em 1808.
O vândalo residia em Catalão, cidade ao sul de Goiás e exercia a função de mecânico. No entanto, conforme divulgado pela PF, Cláudio foi detido em Uberlândia, no Triângulo Mineiro.
Segundo apurou a CNN, o vândalo ainda retirou os ponteiros do relógio e uma estátua de Netuno, que era fixada no objeto.
Cláudio deverá ser interrogado, passará por uma audiência virtual de custódia e depois será encaminhado para o sistema prisional.
É incerta a recuperação de relógio do século XVII, de Balthazar Martinot
Sobre a recuperação do relógio do renomado artista Balthazar Martinot, ainda é incerto dizer se será possível recuperá-lo, por conta dos graves estragos causados.
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No entanto, a presidência da República tem conversado com a Embaixada da Suíça sobre a possibilidade de uma relojoaria do país europeu, especializada em objetos históricos, fazer o trabalho de restauro.
O relógio de pêndulo do Século 17 foi um presente da Corte Francesa para Dom João VI. Martinot era o relojoeiro de Luís XIV. Existem apenas dois relógios deste autor. O outro está exposto no Palácio de Versailles, mas possui a metade do tamanho da peça que foi completamente destruída pelos invasores do Planalto. O valor desta peça é considerado fora de padrão.
Relembre os ataques em Brasília
No último dia 8 de janeiro, apoiadores radicais do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) furaram um bloqueio feito pela Polícia Militar (PM) na Esplanada dos Ministérios e invadiram o prédio do Congresso Nacional, Palácio do Planalto e a sede do Supremo Tribunal Federal, em Brasília.
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Os apoiadores do ex-presidente decidiram radicalizar o discurso, indo até a Esplanada dos Ministérios, pedir a prisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), intervenção militar e a volta de Bolsonaro ao poder.
Com a invsasão às sedes dos Três Poderes, manifestantes deixaram um rastro de destruição. Entre janelas e mobílias quebradas estavam, também, parte do acervo artístico e arquitetônico nacional, que representa capítulos importantes da história nacional.