O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou, nesta sexta-feira (2/12) que, cerca de 62,5 milhões de pessoas, estão em situação de pobreza no Brasil.
De acordo com o Banco Mundial vivem em situação de pobreza aquelas pessoas que tem rendimento de US$ 5,50 por dia, o que equivale a R$ 486 mensais. Pessoas que vivem com até de US$ 1,90 por dia, ou R$ 168 mensais são classificados na linha de extrema pobreza.
Entre os anos de 2020 e 2021, houve um aumento recorde nestes dois grupos. Os que estão abaixo da linha da pobreza cresceu 22,7%, ou seja, mais 11,6 milhões de pessoas. Na extrema pobreza, o número foi ainda maior: mais 5,8 milhões de pessoas foram classificadas neste grupo, uma alta de 48,2%.
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Quando analisada a proporção de crianças com idade menor que 14 anos que estão abaixo da linha da pobreza, esse número chegou a 46,2%, o maior em 10 anos. Em 2020, esse número chegou ao seu menor nível com 38,6%.
Já os pretos e pardos que vivem abaixo da pobreza contabilizaram 37,7%, sendo praticamente o dobro dos brancos vivendo em igual condição, que registrou 18,6%.
Por região, o Nordeste concentra, proporcionalmente, o maior número de pessoas pobres do país, com 48,7%, seguido do Norte, com 44,9%. Sudeste e Centro-Oeste registraram o mesmo índice de pobreza, ficando com 20,6% por cada. O Sul registrou a menor taxa de pobreza do país, com 14,2%.
Desigualdade cresce com pobreza acentuada no Brasil
Em 2021, o índice de Gini, que aponta a diferença entre os rendimentos dos mais pobres e dos mais ricos, aumentou e atingiu o segundo maior patamar da série, que foi registrado em 2019, indo a 0,544 – o maior foi em 2018, com 0,545.
Do período de 2012 à 2015, a taxa que mede a desigualdade no Brasil, registrou queda constante quando. A partir daí, até 2018, os números só aumentaram. Em 2020, o índice caiu dado os efeitos da distribuição de renda através de programas do governo federal, por conta da pandemia por Covid-19.
Quando consideramos as regiões do país, o Nordeste possui o mais alto grau de desigualdade do país com taxa de 0,556. Em contraste, a região Sul possui a menor, com 0,462.
Entre os estados brasileiros foi identificada uma desigualdade gritante: Santa Catarina possui o índice de 0,424, enquanto Roraima, 0,596, o que representa uma diferença de 40,6% entre as duas unidades federativas do Brasil.