O Ministério Público de Goiás (MPGO) informou nesta quinta-feira (10/11) que vai recorrer da decisão que absolveu o policial militar Djalma Gomes da Silva da participação no planejamento da morte do radialista Valério Luiz.
O anúncio foi feito um dia após o resultado do julgamento, que teve a condenação dos outros quatro réus no caso: Maurício Sampaio, Urbano Malta, Ademá Figueredo e Marcus Vinícius Xavier.
A promotora Renata de Oliveira Marinho e Sousa e os promotores de Justiça José Carlos Miranda Nery Júnior, Maurício Gonçalves de Camargos, Sebastião Marcos Martins, que atuaram na acusação, além do advogado Valério Luiz de Oliveira Filho, que atuou como assistente de acusação, afirmaram que vão entrar com o recurso junto ao Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO).
A instituição vai solicitar que ele seja submetido a um novo julgamento, pois, segundo os promotores, há provas claras da participação do policial militar no crime e sua absolvição mostra incoerência dentro do julgamento.
Caso Valério Luiz: órgão deve pedir aumento da pena dos condenados
De acordo com o promotor Sebastião Marcos Martins, o MPGO também vai analisar se pedirá aumento da pena dos acusados. Veja as condenações:
- Maurício Sampaio, apontado como mandante do crime, condenado a 16 anos de reclusão;
- Urbano de Carvalho Malta, acusado de contratar o atirador para cometer o crime, condenado a 14 anos de reclusão;
- Ademá Figueiredo Aguiar Filho, policial militar apontado como autor dos disparos, condenado a 16 anos de reclusão;
- Marcus Vinícius Pereira, acusado de ajudar no planejamento do homicídio, condenado a 14 anos de reclusão.
Em coletiva, o promotor ainda lembrou que o processo levou dez anos para chegar ao julgamento, tendo quatro adiamentos. “Só esse ano foram quatro sessões tentadas de júri. Agora, o resultado do julgamento, apesar de positivo, não nos atendeu totalmente, já que houve uma absolvição”, enfatizou o promotor.
Extradição
Marcus Vinicius, condenado a 14 anos de prisão, está em Portugal e, segundo a promotoria, ainda não há informações se ele será extraditado ou se o cumprimento da pena será feito lá ou no Brasil. Entretanto, a Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol) já foi notificada.
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Crime contra a democracia
Reunido com a imprensa, o promotor José Carlos Miranda Nery Júnior, ressaltou que o caso Valério Luiz foi também um crime contra a democracia. “Esse é um crime que atenta não só contra a vida, mas também contra a democracia. Mataram um jornalista por suas opiniões e isso não podemos aceitar”.