A Secretaria Estadual de Educação de Goiás (Seduc) abriu um procedimento para apurar o caso onde crianças aparecem em vídeo marchando com réplicas de fuzis em uma escola em Padre Bernardo, no Entorno do Distrito Federal.
Imagens começaram a circular na internet nesta semana e mostram crianças segurando as réplicas dentro do Centro de Ensino em Período Integral (Cepi) Santa Bárbara, em Vendinha, povoado de Padre Bernardo.
No vídeo, um homem vestindo trajes militares dá os comandos. Ele foi identificado como Hélio Pereira Pinto, de 65 anos e é sargento aposentado da Aeronáutica. Em entrevista à TV Anhanguera, ele disse que as armas na ocasião não foram um incentivo, mas sim um cerimonial.
Apesar do vídeo ter sido feito dentro da unidade escolar, as crianças que aparecem no vídeo não são alunos da unidade, mas moram na região e participam de um curso da Guarda Mirim, que existe desde março.
Em nota, a Seduc informou que a implantação de qualquer projeto em unidades estaduais precisa passar por análise técnica da Secretaria, recebendo uma autorização para início. Entretanto, não houve esse procedimento neste caso.
Já a Prefeitura de Padre Bernardo disse que o instrutor do projeto havia procurado o gabinete do prefeito pedindo apoio, mas foi informado que deveria apresentar o projeto, o que não aconteceu. A prefeitura afirma, inclusive, que sequer foi avisada do início das atividades.
Nota da Seduc sobre caso das crianças que marcham com réplicas de fuzis em escola
“A Secretaria de Estado da Educação de Goiás (Seduc) informa que o projeto, com a participação de alunos do Centro de Ensino em Período Integral (Cepi) Santa Bárbara, de Padre Bernardo, no interior do estado, não teve, de forma alguma, autorização de implementação em unidade escolar da rede pública estadual.
A Seduc esclarece que a implantação de qualquer projeto nas escolas públicas estaduais deve ser precedida de protocolo com análise técnica da Secretaria e posterior autorização, o que, neste caso, não houve.
A Secretaria da Educação de Goiás informa, também, que, já a partir da informação da ocorrência pela Imprensa, está tomando as medidas administrativas cabíveis.
A Seduc reitera que todos os esforços têm sido feitos com vistas a que as iniciativas das escolas se insiram, sempre, na política de promoção da paz, já consolidada na rede pública estadual de ensino.”
Prefeitura de Padre Bernardo
“Sobre o vídeo que circula na internet, no qual crianças aparecem portando simulacro de arma de fogo, esclarecemos que a Prefeitura Municipal de Padre Bernardo não possui nenhum vínculo empregatício, contrato, convênio e nem mesmo parceria com o instrutor.
Há alguns meses, esse mesmo instrutor esteve no gabinete solicitando apoio da prefeitura, e foi informado que, a prefeitura enxerga com bons olhos a prática de ensinamentos de patriotismo, civismo e bons costumes, mas que ele precisaria apresentar o Projeto da Guarda Mirim, juntamente com um plano de trabalho, o que de fato não aconteceu.
O fato ocorreu nas dependências do Colégio Estadual Santa Bárbara, unidade esta que também não está vinculada a rede de ensino Municipal, e a prefeitura sequer foi informada sobre início das atividades com os alunos, bem como das práticas a serem ensinadas.
A Prefeitura de Padre Bernardo repudia veementemente qualquer ato ou circunstâncias que envolvam atividades que não estejam de acordo com as leis vigentes do país.”
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