Caminhando para a superação da pandemia, o Brasil ainda carrega marcas do choque econômico causado pela Covid-19. Segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a crise gerou um impacto negativo em 70% das empresas brasileiras. Com o setor de serviços sendo o mais afetado, foram poucos os negócios que conseguiram expandir seu faturamento. Este é o caso da Zoeweb, plataforma de streaming goiana que aumentou em 500% sua atuação durante a pandemia.
De modo geral, termo “streaming” se refere à distribuição de conteúdo pela internet em que o usuário não precisa fazer o download para acessar o material. Entre as principais empresas do segmento estão a Netflix, Spotify, Youtube e Amazon Prime Video. Além de áudio e vídeo, atualmente existem serviços de streaming de conteúdos de texto, arquivos editáveis e jogos. Dados levantados pela Finder apontam o Brasil como o 2º país que mais consome streaming no mundo, com 64,58% da população assinando pelo menos um serviço do tipo. O país fica atrás somente da Nova Zelândia, que contabiliza 65,26%, e na frente da Irlanda com 63,19%.
O cenário de distanciamento social na pandemia também impulsionou a adesão do streaming entre os negócios, principalmente para transmissões ao vivo. De acordo com pesquisa do LinkedIn, cerca de 93% dos entrevistados acredita que os eventos online devem continuar no futuro. Para 79%, as atividades nesse formato trouxeram retornos maiores que o modelo presencial e 85% dos pesquisados pretendem organizar eventos híbridos no futuro.
Segundo estudo realizado pela Even3, os eventos online cresceram cerca de 300% durante a pandemia. Embora o distanciamento social tenha contribuído para o crescimento da Zoeweb, o CEO da empresa, Samuel Victoy afirma que ela já estava em ascensão mesmo antes da crise. “A pandemia apenas acelerou o processo. O streaming iria chegar à vida das pessoas mais cedo ou mais tarde. Os passos que demos nos últimos dois anos já tinham sido planejados de certa forma”.
Mesmo que o contexto social tenha ajudado, o CEO reforça que o fortalecimento do negócio não foi tão simples quanto parece. Ele explica que muitas empresas de transmissão ao vivo surgiram nesse período, ofertando serviços com valores bem abaixo do mercado em geral. “Da mesma forma que aconteceu um crescimento repentino na demanda, houve também um aumento da concorrência. Muitas empresas apenas quiseram aproveitar o cenário”.
Samuel afirma que ter um propósito que não está ligado ao distanciamento social foi importante para se destacar. “Mantivemos nossa essência desde o começo. Acreditamos na qualidade daquilo que entregamos e isso foi fundamental. Muitas empresas de streaming criadas nesse contexto não conseguiram se manter com o tempo, porque eram baseadas em uma situação momentânea.”
Em 2021, a Zoeweb comemora 15 anos de atuação. A empresa começou com serviços de transmissão ao vivo para emissoras de TV e hoje atende clientes de diferentes setores em todo o Brasil. “Fizemos o congresso da UNIFESP durante dois anos consecutivos, com produção e transmissão ao vivo. Também estamos no 50+50, que é uma série de eventos do SEBRAE em comemoração aos seus 50 anos”, declara Samuel.
Mesmo sendo uma empresa jovem, ela já coleciona projetos para organizações como: Samsung, Vivo, Petrobrás, Unimed, Bradesco e a ONU. Segundo o CEO, hoje a Zoeweb oferece serviços de streaming ao vivo e sob demanda personalizados para cada cliente. “Nos preocupamos em atuar de forma 100% honesta. Sempre vimos o nosso trabalho como mais que uma prestação de serviços. É uma parceria. Isso é importante para nossos clientes”, afirma.
Segundo a Tech Jury, 63% das pessoas com idade entre 18 e 34 anos assistem transmissões ao vivo regularmente. Nos últimos anos, a indústria de transmissão ao vivo cresceu 99% e a expectativa é que o mercado de streaming chegue a valer mais de US$247 bilhões em 2027. Com os dados apontando para um crescimento do setor, o CEO explica que a expansão da Zoeweb acontece também em aspectos internos do negócio.
Além de uma sede maior, a empresa aumentou o quadro de colaboradores e está investindo ainda mais em tecnologia. Para Samuel, as mudanças são pensadas nas tendências que o mundo pós-pandemia tem apontado, incluindo a integração entre o online e o presencial. Segundo pesquisa apresentada pelo Statista, os eventos híbridos têm se mostrado cada vez mais atrativos. Realizado em dez países, o estudo apontou que no Brasil 59% das pessoas preferem o formato se comparado a outros modelos.
O CEO da Zoeweb afirma que as expectativas para os próximos anos da empresa são promissoras. “Estamos apostando em um futuro ainda mais inovador. Ninguém imaginava que passaríamos por uma pandemia. Mas graças a um cuidado que tivemos lá atrás, estávamos preparados para atender a demanda do mercado.” Samuel explica que o investimento atual tem o objetivo de preparar a empresa para os próximos passos, mas reforça que manter a essência do negócio é fundamental. “Conseguimos mostrar e manter nossa missão, que é conectar pessoas. É isso que nos fez chegar tão longe”.