O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) interditou o ginecologista e obstetra Nicodemos Júnior Estanislau Morais, de 41 anos, suspeito de crimes sexuais contra pacientes, em Anápolis. Com a decisão, ele fica temporariamente proibido de atender em todo o país.
Segundo a Cremego, a interdição é válida por seis meses e pode ser prorrogada pelo mesmo período. Por isso, o médico fica impedido de exercer a profissão até a conclusão do processo ético-profissional.
A interdição cautelar é um procedimento administrativo adotado pelos Conselhos Regionais de Medicina para restringir o exercício da profissão por médicos cuja ação ou omissão esteja prejudicando gravemente a população, ou na iminência de fazê-lo.
O Cremego informa que tomou conhecimento das denúncias contra o médico Nicodemos Júnior após a prisão do profissional e divulgação do fato pela Polícia Civil, e logo iniciou os procedimentos para a apuração de conduta do ginecologista e obstetra. A apuração tramita em sigilo.
De acordo com a Polícia Civil, o médico é investigado por importunação sexual, violação sexual mediante fraude e estupro de vulnerável.
MPGO recorre de decisão que concedeu liberdade provisória a ginecologista suspeito de crimes sexuais
O Ministério Público de Goiás (MPGO), por intermédio da 8ª Promotoria de Justiça de Anápolis, interpôs recurso em sentido estrito contra a decisão que concedeu liberdade provisória ao médico Nicodemos Júnior Estanislau Morais.
Em audiência de custódia realizada na sexta-feira (1º), o Ministério Público de Goiás manifestou pela manutenção da prisão do investigado para garantia da ordem pública, conveniência da instrução criminal e aplicação da lei penal.
Entretanto, na última segunda-feira (4), foi concedida liberdade provisória ao médico e o Ministério Público pediu a revogação da decisão, sob alegação de que é a “prisão é necessária para garantir que outras vítimas procurem a Justiça para contar o ocorrido e que aquelas que já relataram se sintam livres e destemidas para reiterar os fatos em juízo, sem qualquer tipo de pressão, coação, intimidação ou temor.”.
Outro aspecto destacado pelo MPGO no recurso é que algumas vítimas já relataram à Polícia Civil o temor e a intranquilidade que sentem, além do medo de prosseguir com as denúncias e receio de algo lhes acontecer, diante da condição social que o médico ostenta na cidade.
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