O pastor Esney Martins da Costa foi indiciado pela Polícia Civil de Goiás por violação sexual mediante fraude contra fiéis, em Goiânia. O caso veio à tona no início de agosto, após ser exibido pelo Fantástico da TV Globo.
De acordo com as investigações, o homem usava argumentos religiosos para coagir as vítimas e cometer os abusos. Entretanto, a defesa nega o crime e afirma que todas as relações foram consentidas.
Foram identificadas oito vítimas, entre elas uma adolescente de 16 anos. Dos oito casos, quatro prescreveram, três foram registrados pela Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) e um pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescentes (DPCA).
Segundo a delegada Jocelaine Braz, o autor cometia estelionato sexual, usando o artifício de ‘mostrar o caminho de Deus e a cura espiritual’ para enganar as vítimas e fazer com que elas aceitassem alguns atos sexuais para passar pelo processo de cura.
As investigações ainda apontam que o perfil das vítimas era o mesmo, sempre jovens, de 15 a 16 anos, que entravam na igreja e estavam passando por problemas, como desestrutura familiar ou até mesmo que já foram vítimas de abuso sexual. A partir dessas informações, ele agia como se fosse pai das vítimas e, em nome de Deus, as induzia a aceitar os atos.
O advogado do investigado afirma que, caso os atos tenham acontecido, foram de livre espontânea vontade das mulheres, por isso, não há crime.
Vítimas falam do caso do pastor indiciado por violação sexual mediante fraude, em Goiânia
Segundo a Polícia Civil, os abusos eram cometidos na própria igreja e também em morros onde os fiéis costumavam frequentar. Além disso, as vítimas também sofriam constrangimento sexual durante excursões religiosas.
Na reportagem exibida pelo programa da TV Globo, em agosto, três vítimas falaram sobre o caso. Uma delas disse que o pastor se apresentava como um intérprete da vontade de Deus para cometer os crimes.
“Ele falava que era para o meu crescimento espiritual, que era pra eu crescer na vida. Ele às vezes confunde até a mente da gente em acreditar que o que ele faz vem de Deus”, afirma ela ao Fantástico.
Outra vítima também contou que o pastor usava o mesmo argumento para molestá-la. Ao se revelar lésbica, a mulher disse que o líder religioso afirmou que ela precisava de um tratamento de Deus e teria que sair do emprego para depender somente de Deus. Além disso, a vítima ainda afirma que ele dizia para ela se afastar da família.
A terceira vítima é uma jovem de 16 anos. Os abusos só foram descobertos quando a mãe viu o celular da filha, que revelou como aconteceu. Segundo relatos da adolescente, a primeira vez que eles tiveram relação sexual foi dentro do carro dele. Em mensagens, o pastor ainda incentivava a adolescente a ter um comportamento violento dentro de casa.