Dados do Portal da Transparência da Prefeitura de Goiânia mostram que entre os meses de março a julho de 2021 os gastos com o cartão corporativo somam mais de R$ 435 mil. Por causa da demora em atualizar os dados na plataforma, até esta terça-feira (3), o Portal mostrava apenas as despesas de quatro meses atrás.
Sem transparência com as atuais despesas, até abril deste ano, não havia qualquer dado sobre os gastos dos cartões corporativos relativos a 2021. A gestão municipal justifica a defasagem por causa de uma mudança de sistema. No mês passado os gastos foram carregados, mas somente até 15 de abril. Hoje, a plataforma já mostra os dados até julho.
Os cartões corporativos podem ser usados pelo prefeito, secretários, diretores, auxiliares em assessoramento, conforme definição dos titulares de cada pasta, para custear despesas emergenciais, prestação de serviços e viagens, incluso passagens e locomoção. Informações disponíveis no Diário Oficial do Município apontam que os valores disponíveis nos cartões variam de R$ 20,5 mil a R$ 40 mil.
A defasagem dos dados pode colocar em dúvida a transparência na gestão, pois a ferramenta possibilita a participação ativa da população na discussão das políticas públicas e no uso do dinheiro, sendo assim um passo importante no combate à corrupção.
Goiânia extingue cartão corporativo
No início desta semana, o prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (Republicanos), se reuniu com secretários de Governo, Administração e Finanças, titulares da Controladoria e da Procuradoria para tratar sobre a extinção do cartão corporativo.
A decisão é de que apenas Rogério Cruz fique com o cartão, por causa da necessidade maior de gastos emergenciais, segundo a Prefeitura. Entretanto, na terça-feira (3/8), foi publicada no Diário Oficial do Município a autorização da entrega e uso dos cartões corporativos.
Na sexta-feira (6), deve acontecer uma entrevista coletiva para falar sobre os detalhes das mudanças. A ideia de retirar os cartões dos secretários é dar mais transparência aos gastos.