O Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO), por intermédio da 19ª Promotoria de Justiça de Aparecida de Goiânia, pediu a prisão preventiva da mulher acusada de matar José Ricardo Fernandes, que ficou conhecido após velar a mãe sozinho. De acordo com o promotor de Justiça Milton Marcolino dos Santos Júnior, o laudo médico não aponta doença grave para que ela continue cumprindo prisão domiciliar.
A mulher foi denunciada, juntamente com um “matador de aluguel”, por homicídio triplamente qualificado e furto qualificado. O objetivo da acusada seria ficar com R$ 30 mil que foi arrecadado em uma vaquinha virtual para pagar um tratamento renal de José Ricardo.
Os crimes ocorreram no dia 10 de julho do ano passado, no Conjunto Estrela do Sul. A vítima, que ficou conhecida por postar foto nas redes sociais velando sozinho a mãe, foi espancado e teve o corpo queimado. Os dois denunciados aproveitaram para furtar uma televisão, um celular e a carteira. Outro acusado de participar do crime está detido em presídio.
Prisão domiciliar da mulher suspeita de matar homem que velou mãe sozinho
Em dezembro do ano passado, a mulher teve prisão domiciliar decretada e o MP-GO recorreu, argumentando que não havia prova de que ela se encontrasse extremamente debilitada por motivo de doença grave. Segundo Milton Marcolino dos Santos Júnior, o laudo psiquiátrico apontou que, à época do crime, a mulher era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato.
Segundo Milton Marcolino dos Santos Júnior, a mulher não apresenta doença mental, conforme o laudo médico, nem desenvolvimento mental retardado ou incompleto nem dependência química. O promotor de Justiça explica que, para a decretação e manutenção da prisão preventiva, exigem-se dois pressupostos – a prova da materialidade e existência de indícios suficientes de autoria, bem como a existência de um perigo que a permanência do acusado ou investigado em liberdade representa para a eficácia do processo ou segurança social. Segundo ele, as duas situações estão comprovadas.

O crime
José Ricardo Fernandes tinha insuficiência renal e se submetia a hemodiálise. Bárbara se dispôs a arrecadar dinheiro para seu tratamento com uma vaquinha virtual. A vítima conseguiu arrecadar cerca de R$ 30 mil. Com a intenção de ficar com o valor que havia sido arrecadado, a mulher começou a planejar a morte da vítima. Ela contratou uma pessoa, após publicar anúncio em rede social, para executar o crime por R$ 2 mil.
No dia do crime, Barbara foi até a residência da vítima, que permitiu sua entrada. Na sequência, ela abriu o portão para o executor, que aguardava do lado de fora e se passava por um doador de cesta básica. Dentro do imóvel, os denunciados, então, espancaram a vítima, jogaram álcool nela e, com ela ainda viva, atearam fogo em seu corpo, sem lhe dar chance de defesa. José Ricardo chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos.