Lázaro Barbosa, capturado e morto após uma troca de tiros com a polícia na manhã de segunda-feira (28/6), em Águas Lindas de Goiás, teria obrigado duas vítimas a segurarem um espelho enquanto ele fazia a barba.
O homem é apontado como autor de pelo menos 30 crimes em Goiás, Bahia e no Distrito Federal. De acordo com o delegado Cléber Martins, esse é mais um detalhe do modo de agir de Lázaro, que é investigado em cerca de dez inquéritos em Goiás.
Segundo o delegado, durante a fuga, em uma das chácaras em que Lázaro Barbosa esteve, havia um casal e ele teria feito a mulher cozinhar para ele e segurar um espelho enquanto ele fazia a barba. Em outro crime, ele também obrigou um caseiro a segurar esse espelho para ele se barbear.
O delegado Cléber Martins ao contar sobre o detalhe do espelho, também destacou que quando foi morto, Lázaro estava com a barba recém-feita, diferente da maioria das imagens dele divulgadas pela força-tarefa.
Conforme as investigações, Lázaro Barbosa também forçava as vítimas a tirarem as roupas e as obrigava a cozinhar para ele. Como teria feito quando fez um casal e a filha adolescente reféns. De acordo com o irmão da adolescente, os parentes que foram ameaçados pelo criminoso contaram que precisaram se despir e eram ameaçados constantemente.
Segundo os policiais, ao invadir as chácaras, Lázaro pegava alimentos e itens de higiene para se manter durante a fuga. De acordo com a Polícia Civil, os crimes em que as investigações apontaram que Lázaro agiu sozinho serão arquivadas. Porém, os inquéritos em que há indícios de participação de outras pessoas seguem sendo apurados.
Força-tarefa investiga se crimes cometidos por Lázaro Barbosa têm relação com conflito fundiário
A força-tarefa que investiga os crimes dos quais Lázaro Barbosa é suspeito, também tenta identificar se as ações dele têm alguma relação com conflitos fundiários e disputas de terras na região de Cocalzinho de Goiás.
O secretário de Segurança Pública de Goiás, Rodney Miranda, afirma que existe uma linha de investigação muito forte de que Lázaro era uma espécie de jagunço, um segurança, um cobrador, ou membro de uma quadrilha que tinha interesse patrimonial.
As investigações apuram se Lázaro cometia crimes com a ajuda de algum comparsa ou a mando de alguém. Segundo o secretário, uma das possibilidades é que os crimes cometidos por Lázaro seriam para facilitar a aquisição de terras por parte de algumas pessoas.
De acordo com Rodney Miranda, a principal dificuldade para capturar Lázaro foi o fato de existirem pessoas que ajudavam o foragido e que essas pessoas poderiam estar envolvidas ou terem interesse nesses conflitos de terra na região.
Além disso, segundo o secretário, Lázaro Barbosa teve ajuda não apenas para se proteger, mas também para cometer os crimes. Entre os casos que o secretário acredita ter mais de um autor está a chacina de uma família em Ceilândia, no Distrito Federal.