O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), em resposta à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, disse que a Secretaria de Saúde de Goiás (SES) não incentivou o uso de medicamentos sem comprovação científica e que fez alertas sobre o uso do kit Covid.
Em resposta ao ofício encaminhado a todos os governadores, com a solicitação de informações sobre os protocolos medicamentosos utilizados no tratamento de pacientes com Covid-19, Caiado disse que o Estado nunca adquiriu com recursos próprios, medicamentos para o chamado tratamento precoce, por não ter comprovação científica de eficácia, não haver benefícios comprovados e, além disso, devido ao risco de efeitos colaterais.
De acordo com o governador, o Estado recebeu cloroquina do governo federal e fez a distribuição aos municípios, conforme orientação do Ministério da Saúde. Segundo a Superintendência de Atenção Integral à Saúde da SES, ao promover a distribuição, ela elaborou notas técnicas que não recomendavam a utilização da cloroquina e não adotava as orientações do Ministério da Saúde.
CPI investiga tratamento precoce com kit Covid
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) defende o uso de cloroquina e outros medicamentos para tratamento precoce desde o início da pandemia, o que é um dos focos das investigações da CPI, além da demora na aquisição de vacinas contra a Covid-19.
O governo de Goiás também incluiu nos documentos enviados à CPI, três relatórios do Núcleo de Evidências e da Gerência de Informações Estratégicas da Subsecretaria de Saúde da SES, com indicações da falta de comprovação da eficácia dos medicamentos. A comissão também já recebeu documentos do Tribunal de Contas do Estado de Goiás, e do Ministério Público Federal e Estadual de Goiás.
Os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro apresentaram na CPI, vídeos e declarações de governadores e prefeitos em defesa do kit Covid, porém a maioria das declarações eram do início da pandemia, quando estudos iniciais apontavam a possibilidade de resultados positivos.