A Polícia Civil, por meio do Grupo Especial de Repressão a Crimes Patrimoniais (Gepatri), deflagrou, na manhã desta sexta-feira (9/4), a Operação Cura, destinada a combater irregularidades na campanha de vacinação contra a Covid-19, em Luziânia.
De acordo com a Polícia Civil, o Poder Judiciário deferiu dois mandados de buscas domiciliares nas residências de profissionais de saúde que, de acordo com as investigações, teriam favorecido pessoas na fila de vacinação de forma irregular.
Investigações do esquema fura-fila da vacinação contra a Covid-19, em Luziânia
Em interrogatório policial, uma das investigadas confessou todo o esquema, constatando que as profissionais de saúde furavam a fila estabelecida pela campanha de vacinação, favorecendo pessoas que não preenchiam os requisitos para serem vacinadas dentro do grupo prioritário.
Durante a operação, as equipes apreenderam objetos que serão úteis para confirmação completa do modo como funcionava o esquema criminoso e podem, inclusive, levar ao esclarecimento de outras pessoas envolvidas.
Caso sejam condenadas, as investigadas poderão receber pena de mais de 13 anos de prisão, pelos crimes de peculato-desvio e de infração de medida sanitária preventiva majorada. Além disso, as pessoas que foram vacinadas irregularmente também podem responder pelo crime de associação criminosa, caso seja comprovado que sabiam que estavam sendo favorecidas indevidamente.
Em Santa Rita, três servidores foram indiciados por furar fila de vacina
No último dia 24 de março, a Polícia Civil concluiu a investigação de um suposto esquema de fura-fila na aplicação da vacina contra a Covid-19 e indiciou três pessoas, no município de Santa Rita do Novo Destino.
Segundo a PCGO, a investigação apurou que o secretário de Saúde e duas enfermeiras da pasta, responsáveis pela vacinação no município, desviaram quatro doses da vacina ao final da 1ª etapa de vacinação, para serem aplicadas em pessoas que não se enquadravam no grupo prioritário.
De acordo com a Polícia Civil, com o desvio foram beneficiados o secretário municipal de Transportes, um técnico de informática da Prefeitura, o irmão da primeira-dama do município e uma amiga das enfermeiras. Além disso, os servidores inseriram no banco de dados a informação de que os servidores municipais eram profissionais da saúde, quando na verdade pertenciam a outras pastas.
Os três foram indiciados pelo crime de peculato, na modalidade desvio, e por inserção de dados falsos em sistemas de informações, cujas penas, somadas, podem chegar a 24 anos de reclusão.