O Índice de Confiança do Comércio (Icom) caiu 3,8 pontos na passagem de setembro para outubro, para 95,8 pontos, interrompendo uma sequência de cinco altas consecutivas, informou nesta segunda-feira a Fundação Getulio Vargas (FGV). Em médias móveis trimestrais, o indicador avançou 3,2 pontos.
“Depois de cinco altas consecutivas, a confiança do comércio volta a recuar em outubro. O resultado é fruto da combinação de queda tanto dos indicadores sobre o presente, quanto sobre os próximos meses. Apesar do resultado negativo na ponta, a percepção sobre o ritmo de vendas no mês segue mais positiva, acima dos 100 pontos. Por outro lado, a significativa queda das expectativas mostra que os empresários estão se tornando cada vez mais cautelosos com a sustentabilidade da recuperação. A falta de confiança do consumidor e a incerteza sobre o período pós programas de auxílio do governo, parecem contribuir para esse sinal de alerta”, avaliou Rodolpho Tobler, coordenador da Sondagem do Comércio no Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.
Em outubro, houve piora da confiança em todos os seis principais segmentos do comércio. O Índice de Situação Atual (ISA-COM) recuou 1,5 ponto, para 105,1 pontos. Já o Índice de Expectativas (IE-COM) caiu 5,8 pontos para 86,6 pontos.
O Índice de Situação Atual se mantém 12,5 pontos acima do nível pré-pandemia, mas a percepção positiva sobre o volume de vendas no momento presente não tem sido disseminada em todos os setores. A melhora nos últimos meses foi mais sentida nos segmentos de revenda de veículos e motos, material para construção e móveis e eletrodomésticos. As lojas de tecidos, vestuário e calçados enfrentam maior dificuldade, apontou a FGV.
A coleta de dados para a edição de outubro da Sondagem do Comércio foi realizada entre os dias 1º e 23 do mês, com informações de 792 empresas.