Com a chegada do período de seca em Goiás, aumenta também a preocupação do Corpo de Bombeiros com os focos de incêndio no estado, sobretudo aqueles considerados incêndios criminosos. Conforme a corporação, os meses de maio e junho deste ano, quando comparado com igual período do ano passado, registraram aumento em 99% as ocorrências de queimada. Grande parte dos focos de incêndio, segundo os bombeiros, é de origem criminosa.
Ainda de acordo com informações da corporação, Goiás registrou, de janeiro até o início da última semana, 2.769 ocorrências de incêndios em vegetação. Desse total, 1.530 foram caracterizados como incêndio florestal e 1.239 em lotes baldios. Nesse mesmo período de 2019, foram registrados 4.323 focos no estado.
Embora os dados apontem uma redução de aproximadamente 13% no número de focos em 6 meses e meio de 2020, com relação ao igual período do ano passado, os dois últimos meses deste ano deixaram a corporação em alerta. Os registros de incêndios em maio e junho desse ano mostram um aumento de quase 99% na quantidade de queimadas no Estado. Foram 587 a mais que no mesmo período de 2019, incluindo incêndios em vegetações e em culturas agrícolas.
Fogo em Goiás: incêndios criminosos e período de seca
De acordo com o Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas do Estado (Cimehgo), da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), na última sexta-feira (17/7), Goiás completou 50 dias sem chuvas.
Conforme o Major Daniel Freire Pereira Batista, subcoordenador geral da Operação Cerrado Vivo do Corpo de Bombeiros, com a redução da umidade relativa do ar, a elevação das temperaturas, associadas ao vento e à vegetação seca, as condições se tornam favoráveis à propagação do fogo. “É o que denominamos fator 30, 30, 30, ou seja, temperaturas acima de 30º, umidade relativa do ar abaixo de 30% e ventos com velocidades acima de 30 km/h. São fatores que tornam os incêndios florestais mais perigosos, danosos e de difícil controle”, pontuou.
Porém, o major lembrou que a maioria dos incêndios registrados hoje no estado e em todo país é de origem criminosa. “Estudos no Brasil apontam que 99% dos incêndios florestais são provocados por ação humana, sendo que cerca de 60% são intencionais, provocados por ação de incendiários”, afirmou.
Segundo ele, conforme Lei Federal 9.605/98, provocar incêndio em mata ou floresta é crime e pode resultar em pena de reclusão de dois a quatro anos, além de multa.