Após o cumprimento de 53 mandados de prisão em investigação de corrupção em hospitais particulares de Goiás, o Instituto de Assistência dos Servidores Públicos do Estado de Goiás (IPASGO) afirmou, por meio de nota, que as investigações começaram em gestões anteriores.
De acordo com a Polícia Civil de Goiás, a investigação inicial apurou que vários servidores envolvidos no esquema eram terceirizados de uma empresa contratada pelo Ipasgo. Além disso, ainda são apurados indícios de fraudes em todos os certames que a empresa vencedora teve junto ao Ipasgo.
A operação ainda verificou o desvio de finalidade na execução dos contratos e omissão na fiscalização, uma vez que auditorias foram realizadas por colaboradores da empresa investigada em desacordo com o objeto contratual, com a agravante de que médicos contratados auditavam contas de locais em que trabalhavam, bem como foi detectado auditor que não era médico. Essas auditorias totalizaram o valor de R$ 63.334.733,00.
Por esses e outros pontos da investigação, o Grupo Especial de Combate à Corrupção (GECCOR) da PC cumpriu mandados de busca e apreensão em dez cidades goianas e São Paulo. Foram apreendidos computadores, celulares, documentos, contratos, extratos bancários e outros elementos de informação atinentes aos investigados e sua relação com o Ipasgo.
A Operação BackDoor II continua e, possivelmente, mandados de prisão devem ser expedidos em breve.
Confira na íntegra a nota onde Ipasgo diz que investigações de corrupção são de gestões anteriores
A nova gestão do Instituto de Assistência dos Servidores do Estado de Goiás (Ipasgo) apoia de forma incondicional a operação Backdoor II, que apura corrupção envolvendo hospitais e laboratórios particulares com envolvimento de colaboradores do plano de assistência. Todas as informações solicitadas pelos órgãos de controle estão sendo fornecidas.
O Ipasgo esclarece que as investigações se referem a ações iniciadas em gestões passadas e podem ter sido facilitadas pela fragilidade do sistema de tecnologia do órgão. Atualmente, o instituto possui mais 40 sistemas de tecnologias, que não são integrados e têm defasagem, que permitem, por exemplo, lançamento de serviços não realizados e desvios financeiros. Como apura a Polícia Civil do Estado nas operações Backdoor II, Morfina e Metástase.
A gestão do plano espera que todos os fatos relativos a tais denúncias sejam adequadamente apurados. Desde o início do ano passado, o Ipasgo atua para fortalecer as medidas de transparência e o combate à corrupção. Uma comissão de ética e transparência foi instaurada e fez levantamentos técnicos sobre a situação do plano. Os primeiros indícios de fraudes e desvios apareceram nestas auditorias internas e os dados foram reportados à Controladoria Geral do Estado (CGE).
Em 2019, o Ipasgo também aderiu ao Programa de Compliance Público e, seguindo as determinações do governador Ronaldo Caiado, está implementando, de forma contínua, ações para ampliar a transparência, gestão de riscos e controle dos atos, com o objetivo de combater quaisquer atos de corrupção na administração pública. A nova gestão do Ipasgo defende a modernização dos sistemas de tecnologia e gestão, bem como o fortalecimento das ferramentas de combate à corrupção para conter estes tipos de fraudes e irregularidades, que podem colocar em risco a sustentabilidade do plano e, consequentemente, o atendimento de saúde de milhares de cidadãos goianos.
Ao longo dos anos de 2019 e 2020, a nova gestão do Ipasgo trabalhou pela recuperação financeira do plano. Neste período, foram pagas as dívidas deixadas pelos governos anteriores com a rede credenciada de mais de R$ 500 milhões. Após esta etapa, os pagamentos para empresas e profissionais credenciados ao Ipasgo foram regularizados e as datas de quitações foram unificadas pela primeira vez na história do plano.
O plano de assistência realizou revisão de contratos, acordos e convênios, que permitiu uma economia média de R$ 50 milhões. Ao final de 2019, a nova gestão alcançou um equilíbrio histórico nas contas anuais e o Ipasgo fechou o período com superávit. Entre 2013 e 2018, o órgão teve déficits crescentes e balanços anuais somente negativos.
A nova gestão ampliou a rede credenciada e novos serviços de saúde passaram a ser oferecidos em várias regiões do Estado, como Entorno do Distrito Federal, região metropolitana e oeste goiano. Em Aparecida, a nova gestão inaugurou a primeira unidade do projeto Ipasgo Clínicas, que agora oferece pronto atendimento 24 horas para crianças e programa saúde da mulher.