Em uma live do jornal Valor Econômico transmitida no final da manhã desta quarta-feira (28/4), o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), se posicionou contrário a um possível processo de impeachment do presidente Jair Bolsonaro, mas reafirmou sua discordância com a postura do chefe do Executivo federal em relação ao coronavírus, dizendo que sua tese “é baseada na ciência”, e que se Bolsonaro defende outra, “é problema dele”.
Durante a live, Caiado foi questionado sobre o clima de instabilidade política que tem assolado a esfera federal, com o agravamento oriundo da saída de Sérgio Moro do Ministério da Justiça. Caiado lembrou que já testemunhou outros momentos de igual delicadeza, mas explicitou sua posição contrária ao processo de impedimento do presidente.
“Eu vivi Brasília no impeachment de Collor, vivi Brasília no impeachment de Dilma, vivi momentos tensos da política nacional, e neste momento é claro que não se tem um ambiente para nós pensarmos em impeachment. Isso precisa ficar bem claro. Nós temos que respeitar o voto do eleitor e temos que fazer com que o mandato termine”, disse.
Antes mesmo da nova crise do governo protagonizada pelo então ministro da Justiça Sérgio Moro, o presidente Jair Bolsonaro já era um campeão de pedidos de impeachment. Em quase 16 meses de governo, 31 representações para tirar Bolsonaro do cargo foram protocoladas e, deste total, 24 chegaram antes da sexta-feira passada, dia em que Moro provocou um terremoto político, destacou o jornal O Estado de S. Paulo.
Caiado reafirmou divergência com Bolsonaro sobre coronavírus e disse que possui “mais credenciais” que o presidente nessa área
Apesar de se posicionar firmemente contra a um possível processo de impeachment do presidente da República, Caiado voltou a explicitar sua divergência com Bolsonaro no que tange às medidas contra o coronavírus.
Segundo ele, na atual conjuntura “tem que prevalecer a ciência”. “Dentro dessa área da Saúde eu tenho muito mais credenciais pra discutir o assunto que o próprio presidente. Então, nessa situação tem que prevalecer a ciência! Se ele defende outra tese, é uma problema dele. Eu defendo a tese baseada nas pesquisas e na ciência, e assim eu vou determinar no Estado”, ponderou.