Com a possibilidade de o comércio ser reaberto por um novo decreto estadual, que deve ser divulgado em breve pelo Governo de Goiás, a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de Goiás (Abrasel-GO) decidiu que, por enquanto, bares, restaurantes e estabelecimentos do segmento não reabrirão as portas. Em nota, a Abrasel reforçou que a reabertura deverá ocorrer com a inclusão de todas e as mais diversas formas do segmento, “de maneira coordenada, programada e com muita responsabilidade com nossos colaboradores, clientes, fornecedores e toda a sociedade Goianiense.”
A decisão foi tomada pela Associação diante das supostas exigências do novo decreto do governo. Entre as medidas, de acordo com nota da Abrasel, estão a necessidade de operar com 50% da capacidade, distância de dois metros entre as mesas e de um metro entre as pessoas. Também ficam proibidos o oferecimento de alimentação self-service e buffet.
Abrasel, ao decidir que bares e restaurantes continuarão fechados, reforçou que “o inimigo é invisível”
“Sabemos que não seremos unânimes nesta decisão, e ainda não sabemos se será acatada pelo Governador, mas, ao menos esperamos ser compreendidos por todos e apoiados pela maioria”, diz texto. A Abrasel reforça: “Vamos continuar com serenidade e respeito ao próximo, pois o inimigo é invisível e desconhecido.”
Leia a nota na íntegra:
“Na noite de quarta-feira, dia 15/04/2020, fomos informados de que o Governo de Goiás estava acenando com a possibilidade de reabrir os Bares e Restaurantes, observadas as exigências e diretrizes para que isto acontecesse.
Procuramos o Governador e perguntamos quais seriam estas diretrizes e sua assessoria nos respondeu que algumas delas seriam:
1. Mesas 2m distantes umas das outras;
2. Pessoas distantes 1m uma das outras, ou seja, em uma mesa de quatro pessoas só podem sentar duas pessoas, em uma mesa de oito pessoas, só podem sentar quatro pessoas;
3. Restaurante só poderiam operar com 50% de sua capacidade;
4. Não poderão abrir estabelecimentos com comida por kg, self-service ou qualquer tipo de Buffet;
5. Não poderão abrir restaurantes que não tenham ventilação natural e que dependam exclusivamente de ar condicionado;
6. Não poderá,em hipótese nenhuma, haver shows ao vivo e nem voz e violão em nenhum tipo de estabelecimento; para evitar aglomeração;
7. Todos os colaboradores, inclusive Garçons, deverão utilizar máscaras descartáveis;
8. A permanência máxima do cliente na casa deverá ser de 40 minutos.
9. Boates, Pubs e afins não poderão reabrir em hipótese nenhuma;
10. Em caso de desobediência de algum estabelecimento às normas descritas acima, a quarentena poderia ser retomada a qualquer momento para todo o segmento;
11. E ainda, caso a pandemia se alastre em Goiânia, será decretado novamente o isolamento.
“SE SAIR DO CONTROLE, EU VOLTO A TRAVAR TUDO.” Disse o Governador Ronaldo Caiado, inclusive no Jornal O Popular do dia 17/04/2020.
“QUANDO FLEXIBILIZAR, OS NÚMEROS VÃO CRESCER. SE GOIÂNIA CHEGAR A 100 CASOS POR DIA, ACENDE O SINAL VERMELHO COMPLETO E PARA TUDO. VAMOS RETROAGIR DE NOVO. SE SAIR DO CONTROLE, EU TORNO A BAIXAR O DECRETO COM O ISOLAMENTO.” Ronaldo Caiado – Governador – Jornal o popular – 17/04/2020.
Após este feedback da assessoria, nos informaram que teríamos que definir naquele momento a nossa posição, pois o Governador estava finalizando o texto referente a Bares e Restaurantes para publicação do Decreto. Pedimos, então, 05 minutos para que pudéssemos fazer uma reflexão.
Então partimos para algumas considerações, nos cinco minutos que nos foram dados:
1. Considerando que não temos consenso sequer em nosso grupo de WhatsApp, com aproximadamente 200 empresários e mais de 100 estabelecimentos;
2. Considerando que o nosso segmento, somente em Goiânia, reúne mais de 12.000 pontos entreBares, restaurantes, botecos, cafeterias, pubs, etc.,com os mais diversos tamanhos de negócios, e que cada um tem a sua realidade;
3. Considerando que chegarão agora no Brasil, mais de 200 milhões de testes para COVID-19, portanto, quanto mais gente testada, maior o número de infectados, e por isto mesmo o número de 100 casos em Goiânia será alcançado facilmente nos próximos dias, seria iminente e inegável um novo fechamento em um futuro muito próximo;
4. Considerando que nos locais onde não houve quarentena para restaurantes, como Curitiba e Vitória, estão operando com uma queda de 80% a 90% do faturamento e que o prenúncio de mortalidade de empresas já ronda a casa dos 50%;
5. Considerando que em Goiânia negociamos uma CCT que nos resguardou desde antes do primeiro decreto do Governador;
6. Considerando, também, que estamos amparados por uma Medida Provisória que faz com que o Governo Federal pague os salários dos funcionários por um período de 60 (sessenta) dias. Retornando agora e chamando os funcionários de volta, perdemos o benefício previsto na MP;
7. Considerando que ingressamos com medida judicial que permitiu a suspensão de todos os protestos e inclusões no SPC e Serasa por um período de 90 dias (março, abril e maio).
8. Considerando que empregamos mais de 40.000 funcionários só na cidade de Goiânia, com impacto em mais de 200.000 pessoas diretas, que são seus familiares, e que estes, ao transitar no sistema coletivo de transportes, indo e voltando para os seus diversos locais de moradia, levando e trazendo o VÍRUS (Aparecida, Senador Canedo, Trindade, Goianira, etc.); CORRENDO O RISCO DE NOSSOS COLABORADORES E DE NÓS MESMOS CONTRAIRMOS O VÍRUS;
9. Considerando que hoje,17/04/2020, conforme o jornal O Popular, já atingimos 90% de OCUPAÇÃO DAS UTIS DISPONÍVEIS, portanto,a partir de agora, passarão a escolher quem fará uso da UTI;
10. Considerando,ao final, que diante do Decreto do Governador, temos uma oportunidade para renegociar dívidas de qualquer natureza, e se sairmos do guarda-chuva do Decreto (quarentena), estarão em nossas portas querendo receber e muitos sem crédito sequer para fazerem novas compras e suprirem os seus estoques neste momento, mesmo que de forma acanhada;
Portanto, amigos, mesmo sabendo que não seria uma atitude de UNANIMIDADE para o segmento, tivemos que decidir naquele momento e tivemos a coragem de afirmar ao Governador que quando tivermos que reabrir, que esta reabertura deverá ocorrer com a inclusão de todas e as mais diversas formas que abrangem o nosso segmento, de maneira coordenada, programada e com muita responsabilidade com nossos colaboradores, clientes, fornecedores e toda a sociedade Goianiense.
Sabemos, e temos total consciência, que teremos todos que nos reinventar e que teremos pela frente UM NOVO NORMAL.
Finalizamos com a seguinte frase: “Toda a unanimidade é burra. Quem pensa com a unanimidade não precisa pensar”. Sabemos que não seremos unânimes nesta decisão, e ainda não sabemos se será acatada pelo Governador, mas, ao menos esperamos ser compreendidos por todos e apoiados pela maioria.
Abraços a todos os nossos associados, e vamos continuar com serenidade e respeito ao próximo, pois o inimigo é invisível e desconhecido. Juntos venceremos este momento terrível”.