Os efeitos do novo coronavírus, assim como as medidas necessárias para a contenção de sua propagação, já começaram a ser sentidos de forma mais sólida na economia. Segundo o governador Ronaldo Caiado (DEM), o Estado de Goiás teve, até agora, uma queda de 31% na arrecadação, com grande parte dos prejuízos oriundos da perda de ICMS.
A informação foi dada pelo governador na live transmitida nesta quarta-feira (15/4), através de suas redes sociais. Para compensar o prejuízo, Caiado defendeu a aprovação do projeto de lei que compensa as perdas com a arrecadação do ICMS, no caso dos estados, e do ISS, no contexto dos municípios, em razão da pandemia do novo coronavírus.
A proposta em questão foi aprovada na Câmara dos Deputados na última segunda-feira (13/4) e, desde então, está parada no Senado. Na live, Caiado chegou a pedir que os cidadãos do estado pressionem os senadores goianos para que eles apoiem o projeto, e alega que, sem essa compensação, não haverá caixa para os compromissos financeiros, podendo até mesmo a folha de pagamento do funcionalismo público ser comprometida.
“Cobramos essa medida do governo federal porque é dele a prerrogativa de emitir título e moeda. A capacidade de endividamento maior é da União. Então, não adianta exigir de estados e municípios o que não dá pra fazer”, destacou, ao dizer que a matéria recebeu cerca de 431 votos favoráveis na Câmara e apenas 70 contrários.
Economia do Estado de Goiás só se restabelecerá em 2022, projeta Adial
As projeções da Associação Pró-Desenvolvimento Industrial de Goiás (Adial) para a Economia de Goiás não são lá muito animadoras. Segundo a associação, devido aos prejuízos ocasionados pela pandemia do novo coronavírus, o estado só deve retomar sua normalidade no ano de 2022.
De acordo com a Adial, independente dos números finais da pandemia, 2020 será perdido na economia goiana, e terá PIB negativo, sendo uma recuperação total possível somente no ano de 2022.
O presidente da Adial, Otávio Lage Filho, em entrevista a uma rádio, admitiu a proposta citada por Ronaldo Caiado (DEM) para flexibilizar de forma regionalizada e gradativa as atividades econômicas de acordo com o avanço da covid-19 no estado. Porém, o presidente se queixou do fato de o governador ter ignorado, até o momento, as sugestões feitas por representantes que lidam diretamente com o impacto da pandemia na economia.