As Polícias Civis de Goiás e do Piauí deflagraram, nesta terça-feira (17/3), a Operação “Sanitatem”, que mira empresários, colaborares e empresas do ramo de medicamentos, suspeitos de envolvimento com a falsificação e distribuição de remédios para tratamento contra o câncer. Os medicamentos eram vendidos em Goiás, Piauí, Rio Grande do Sul, Mato Grosso e outros estados.
São cumpridos cinco mandados de prisão temporária e dez mandados de busca e apreensão, nas cidades de São Paulo, São Caetano do Sul e Cotia, cidades do interior paulista. Ao todo, participam da operação 11 policiais civis do Piauí, 25 de Goiás e 40 policiais de São Paulo.
A ação é coordenada pelas equipes: Delegacia de Combate à Corrupção (DECCOR/PI), Grupo Especial de Combate à Corrupção (GECCOR/GO), e Delegacia de Estadual de Homicídios de Goiás (DIH). A Secretaria da Segurança Pública (SSP-GO), através da Superintendência de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado, também dão apoio à operação.
Investigações contra empresários acusados de vender falsos remédios contra câncer começaram após denúncia de hospital no Piauí
De acordo com a PCGO, os trabalhos da polícia judiciária de Goiás voltaram-se ao temo partir das investigações da “Operação Metástase”, que chegou a vítimas de medicações falsificadas e que indicou o fornecimento por parte de um prestador de serviços do Instituto de Previdência do Servidor Público de Goiás (IPASGO). Com base nesses dados, a corporação constatou que investigações acerca de fatos semelhantes estariam em curso em outros estados, apontando como ponto comum os investigados.
Em Goiás, a Policia Civil também investiga cinco mortes de pacientes que usaram a medicação falsa, tendo inclusive uma já sido confirmada e profissionais indiciados. Ainda, a utilização dos medicamentos como forma de apropriação indevida dos recursos do Ipasgo.
No Piauí, as investigações começaram após denúncia de um hospital que percebeu ter adquirido medicamento falsificado para tratamento de câncer. O paciente submetido ao tratamento disse ter verificado que ela apresentava características e coloração diferentes da usual.
O falso remédio foi imediatamente suspendo a unidade de saúde comunicou o fato à Policia Civil do Piauí. As apurações mostraram que a mesma empresa, sediada em São Paulo-SP, já havia também comercializado a medicação oncológica falsificada para hospitais e clínicas de Goiás, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso do Sul e outros.
Operação Sanitatem
A Polícia Civil esclarece que os policiais que participam da Operação Sanitatem (termo em latim corresponder à cura, limpeza, bem estar, purificação) ficarão em isolamento em suas residências, assim que voltarem para o estado, por período exigido pela quarentena e trabalhando “home office”.
Nenhum deles integra o grupo de risco e todos os policiais envolvidos na operação foram de forma voluntária.