A Polícia Civil, através do Grupo Especial de Combate à Corrupção (Geccor), anunciou na manhã desta terça-feira (11/2) que concluiu investigação instaurada para apuração de prescrição e aplicação de tratamento quimioterápico inadequado em um paciente, o que teria acelerado e contribuído para sua morte. O fato foi verificado no âmbito da Operação Metástase, realizada em dezembro do ano passado. Uma médica do Instituto Goiano de Oncologia e Hematologia, o Ingoh, e um ex-presidente do Instituto de Assistência dos Servidores Públicos do Estado de Goiás, Ipasgo, foram indiciados por homicídio doloso qualificado.
Conforme a Polícia Civil, a investigação desenvolvida pelo Grupo Especial concluiu pelo indiciamento de uma médica do Ingoh e de um ex-presidente do Ipasgo, respectivamente, pela prescrição e liberação fraudulenta de uma medicação inócua ao tratamento de câncer realizado na vítima naquela instituição privada, condutas que consubstanciaram fatores contributivos para a antecipação da morte do paciente Alexandre Francisco de Abreu, até então com possibilidade de resgate (sobrevida) com a ministração da medicação adequada.
O Inquérito Policial foi remetido à justiça criminal, com o enquadramento dos investigados no crime de homicídio doloso qualificado, ante a utilização de recurso que tornou impossível a defesa da vítima, com pena de reclusão de doze a trinta anos.
A reportagem do Dia Online entrou em contato com o Ingoh, que afirmou que, por ora, não haverá pronunciamento a respeito do caso.
Operação Metástase, que levou ao indiciamento de médica do Ingoh por tratamento quimioterápico fraudulento, descobriu estrutura de organização criminosa
Deflagrada no ano passado, a Operação Metástase, da Polícia Civil de Goiás, apurou a existência de uma estrutura típica de organização criminosa, com a associação de indivíduos vinculados ao Instituto Goiano de Oncologia e Hematologia, nas pessoas de seus sócios e outros profissionais, e antigos servidores da cúpula do Instituto de Assistência dos Servidores Públicos do Estado de Goiás, em nítida divisão de tarefas direcionadas à estruturação e consecução de um esquema grandioso e fraudulento de desvios milionários de recursos da instituição pública.
De acordo com o delegado Rômulo Figueiredo, que é titular do Grupo Especial de Combate à Corrupção, na época, no total, a polícia apura cinco mortes de pacientes que podem ser consequência de esquema, que levou à deflagração da Operação Metástase.