O Instituto de Assistência dos Servidores do Estado de Goiás (Ipasgo) informou, na manhã desta terça-feira (11/2), que as autorizações de guias de atendimentos para tratamentos em oncologia e hematologia para o Instituto de Oncologia e Hematologia (Ingoh) estão suspensas temporariamente para novos usuários. A decisão vem após a divulgação do resultado do inquérito da Polícia Civil que indiciou uma médica do Ingoh e um ex-presidente do Ipasgo por tratamento quimioterápico fraudulento que contribuiu para a morte de um paciente.
Segundo o Ipasgo, “a medida ocorre em caráter provisório, visto que o Ingoh é um dos alvos de investigação do inquérito policial na Operação Metástase instaurado pela Polícia Civil do Estado de Goiás”. O instituto adiantou ainda que a decisão segue até “que haja decisão judicial, em trânsito julgado, sobre a questão”.
Entretanto, para os usuários do Ipasgo que estão atualmente em tratamento no Ingoh, os atendimentos não serão afetados. “Nestes casos, a escolha em permanecer no tratamento nesta unidade fica a critério do paciente”, declarou o instituto de assistência dos servidores goianos.
O Ipasgo esclarece que o usuário pode ter acesso ao atendimento em Oncologia e Hematologia em outros prestadores de serviços credenciados ao plano de assistência, e que os atendimentos referentes aos procedimentos laboratoriais do Ingoh estão liberados, assim como os procedimentos que não possuírem correlação às patologias oncológicas. “A decisão garante que não haja prejuízos aos usuários que necessitem de tratamentos, exames ou consultas nesta unidade de saúde relativos a outras especialidades”, finalizou.
Médica do Ingoh foi indiciada por homicídio doloso qualificado
Através do Grupo Especial de Combate à Corrupção (Geccor), a Polícia Civil anunciou na manhã desta terça-feira que concluiu investigação instaurada para apuração de prescrição e aplicação de tratamento quimioterápico inadequado em um paciente, o que teria acelerado e contribuído para sua morte. O fato foi verificado no âmbito da Operação Metástase, realizada em dezembro do ano passado. Uma médica do Ingoh, e um ex-presidente do Ipasgo, foram indiciados por homicídio doloso qualificado.
Conforme a Polícia Civil, a investigação desenvolvida pelo Grupo Especial concluiu pelo indiciamento de uma médica do Ingoh e de um ex-presidente do Ipasgo, respectivamente, pela prescrição e liberação fraudulenta de uma medicação inócua ao tratamento de câncer realizado na vítima naquela instituição privada, condutas que consubstanciaram fatores contributivos para a antecipação da morte do paciente Alexandre Francisco de Abreu, até então com possibilidade de resgate (sobrevida) com a ministração da medicação adequada.
O Inquérito Policial foi remetido à justiça criminal, com o enquadramento dos investigados no crime de homicídio doloso qualificado, ante a utilização de recurso que tornou impossível a defesa da vítima, com pena de reclusão de doze a trinta anos.
A reportagem do Dia Online entrou em contato com o Ingoh, que afirmou que, por ora, não haverá pronunciamento a respeito do caso.