Uma promotora do Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) que foi condenada pelo crime de improbidade administrativa após ter se valido do cargo para beneficiar o caso de um homem contratado por ela própria para matar o ex-marido foi afastada em definitivo do cargo. Mesmo com a não concretização do crime, ela recebeu a punição e terá que pagar, também, multa o valor de 15 vezes o vencimento que recebia.
A promotora de Justiça Juliana de Almeida França contratou um homem para matar o ex-marido, o procurador Murilo Nunes Magalhães, por causa de uma disputa pela guarda da filha. O crime não chegou a ser efetivado, entretanto, devido ao ser cargo e por ter colocado em dúvida a seriedade do Ministério Público, a servidora acabou sendo condenada a perda do cargo que ocupava no órgão.
Além disso, ela terá que efetuar o pagamento de multa no valor de 15 vezes o vencimento que recebia e a perda dos direitos políticos por três anos.
Enquanto promotora, Juliana apresentou pedidos de revogação de prisão preventiva e de delação premiada com o fim de beneficiar o homem que ela havia contratado para matar o ex-cônjuge.
a Promotora já havia sido sentenciada a quatro anos de reclusão no ano passado pelo Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO), em regime aberto. Posteriormente, a pena que foi convertida em prestação de serviços à comunidade e prestação pecuniária no valor de R$ 10 mil.
A promotora não falou sobre a decisão, mas no decorrer do processo se declarou inocente das acusações.
Relembre o caso da promotora que contratou homem para matar o ex-marido
Juliana de Almeida França foi condenada no final do ano passado. Ela tentou encomendar a morte de Murilo Nunes a Karllus Alberto Bernardo de Barros por meio de contatos telefônicos.
Karllus, pelos atos de Juliana, seria beneficiado em procedimentos criminais na cidade de Jaraguá, onde a promotora atuava. O motivo do crime foi a disputa judicial pela guarda da filha do casal, após Juliana ter tido sucessivas derrotas na Justiça, além de alegar de forma inverídica que a criança havia sido abusada sexualmente pelo pai.
Conforme o MP-GO na época, Karllus se negou a cometer o crime, tendo a promotora procurado Warley Juliano Alcântara para executar a morte mediante o pagamento de R$ 10 mil, com acréscimo de 500 reais caso a eliminação da vítima ocorresse com um tiro na testa.
O plano de Juliana foi descoberto pela polícia, impedindo a morte de Murilo.