A Polícia Civil deflagrou na manhã desta quarta-feira (11/12), uma operação que investiga médicos, em Goiás e no Paraná, suspeitos de reaproveitarem materiais cirúrgicos descartáveis. São cumpridos oito mandados de prisão temporária e 12 de busca e apreensão.
Os investigados, de acordo com a corporação, são médicos urologistas, uma instrumentadora cirúrgica e a secretária de um dos profissionais. Os profissionais são suspeitos de utilizarem cateteres e outros equipamentos, que deveriam ser descartados, em até 15 cirurgias.
Em Goiás, são cumpridos mandados em Goiânia e em Rio Verde; no Paraná, as buscas são realizadas em Campo Mourão, Ivaiporã, Francisco Beltrão. A quantidade de mandados cumpridos em cada local ainda não foi divulgada pela PC.
Médicos de Goiás e do Paraná reaproveitavam materiais cirúrgicos em pacientes articulares, aponta investigação
Conforme as apurações, os equipamentos eram vendidos a médicos urologistas que reaproveitavam os materiais em cirurgias de pacientes particulares. Dessa forma, o lucro era ainda maior. Em alguns casos, os objetos fora reutilizados por 15 vezes, sendo que deveriam ser descartados após o primeiro uso.
Os médicos são investigados pelos crimes de associação criminosa, falsidade ideológica de documento particular e adulteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais. Ainda de acordo com a Polícia Civil, os envolvidos no esquema devem ser indiciados por esses crimes.
As investigações revelaram ainda que a instrumentadora cirúrgica e a secretária de um dos médicos tinham conhecimento sobre o reuso dos materiais cirúrgicos descartáveis.
Operação Autoclave
A Operação deflagrada nesta quarta-feira (11/12) é um continuação da Operação Autoclave, desencadeada pela Polícia Civil do Paraná em setembro deste ano, para investigar a reutilização de materiais cirúrgicos. Na ocasião foram cumpridos 12 mandados judiciais em Maringá, Sarandi e Mandaguaçu, sendo três mandados de prisão preventiva, dois de prisão temporária e sete de busca e apreensão.
As investigações tiveram início em março, após uma denúncia feita na cidade de Ponta Grossa, no Paraná. Os alvos eram funcionários de empresas que fornecem equipamentos e materiais cirúrgicos para médicos do estado paranaense. Os suspeitos revendiam o material de forma clandestina para médicos.