A Polícia Civil, através do Grupo de Investigações de Homicídios (GIH) de Trindade, apresenta nesta terça-feira (26/11) o resultado das investigações que levaram à prisão de dez membros de duas facções criminosas e que são responsáveis por cerca de 35% dos homicídios registrados em 2019 no município da região metropolitana de Goiânia. Entre os presos, conforme a Polícia, estão os autores do assassinato do adolescente Joãozinho, cuja vida de crimes ganhou repercussão nacional.
Segundo apontado pelas investigações, vários crimes elucidados estão relacionados a facções criminosas, sendo que seis deles foram cometidos por membros da facção ADE contra membros do Comando Vermelho (CV), e nove homicídios foram cometidos por membros do CV em desfavor de agremiações a ADE.
Os dez presos serão apresentados ainda nesta manhã. Entre eles estão os assassinos do adolescente Joãozinho, de 14 anos, que teve a história repercutida nacionalmente após ser morto a tiros, em Trindade.
Adolescente Joãozinho matou pela primeira vez aos 11 anos
Em 21 de maio deste ano, João Carlos de Souza Silva, ou simplesmente Joãzinho, de 14 anos, foi morto com seis tiros no Setor Vida Nova, na periferia de Trindade.
Joãozinho conheceu o tráfico cedo, uma vez que a família – pai, mãe e avô – sempre fora envolvida com o mundo das drogas. Aos 11 anos, ele foi apreendido pela primeira vez e confessou ter matado com um tiro Deuzelino Francisco da Conceição, de 56 anos, em outubro de 2015. A vítima, que era motorista e fazia entregas em um supermercado quando foi abordado por Joãozinho e um comparsa, foi alvo de um tiro quando o adolescente constatou que o homem não tinha dinheiro.
Do final de 2015 até janeiro de 2019, Joãozinho já contava com 13 passagens pela Polícia pelos crimes de latrocínio, receptação, tráfico de drogas, desobediências, posse de drogas, porte ilegal de arma de fogo, roubo, furto de veículo e desacato.
O pai do adolescente foi morto a tiros no ano de 2011, e a mãe morreu esfaqueada em 2012. A partir de então, Joãozinho passou a morar com o avô, José Tavares de Miranda. Em fevereiro deste ano, José morreu na cadeia, onde cumpria pena por tráfico de drogas.
Segundo a Polícia, Joãozinho assumiu o posto do avô. Envolvido com uma facção criminosa, foi executado enquanto conversava com amigos em cima de sua bicicleta.
Ele foi sepultado em um cemitério público de Trindade três dias depois de ter sido assassinado.