A Polícia Civil, através da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), concluiu as investigações sobre as lesões por queimaduras apresentadas em uma recém-nascida enquanto ela estava internada numa maternidade de Goiânia, em julho deste ano. Depois de descartada a hipótese de defeito na incubadora, ficou constatado que as queimaduras na bebê foram causadas por uma técnica de enfermagem que havia deixado a criança no equipamento sem colchão.
Ao longo das investigações, conforme a polícia, no inquérito presidido pela Delegada de Polícia Adjunta Caroline Borges, foi identificada uma técnica de enfermagem de 43 anos que teria manuseado de forma imprudente a recém-nascida dentro da incubadora, deixando a criança sobre a superfície do aparelho sem o colchão, a qual chega a 47,1ºC, sem nenhuma proteção, enquanto ajeitava a roupa de cama da incubadora.
A polícia informou também que a mulher confirmou que teria colocado a recém-nascida apenas de fraldas sobre a superfície, sem desligar a incubadora.
No dia 16 de agosto deste ano, a DPCA confirmou o recebimento do resultado da perícia realizada pela Polícia Técnico-Científica na incubadora da maternidade do Hospital São Judas Tadeu, onde a bebê estava internada, da qual suspeitava-se ter causado as queimaduras. Na época, o laudo confirmou que a incubadora estava em pleno funcionamento, e não foi a causadora das queimaduras na bebê.
A técnica de enfermagem foi indiciada pelo crime de lesão corporal culposa. O Inquérito será remetido ainda hoje (19/9) ao Poder Judiciário.
Relembre o caso do registro de queimaduras em recém-nascida na maternidade
Peritos criminais apreenderam na manhã de terça-feira (23/7) uma das incubadoras da maternidade do Hospital São Judas Tadeu, após uma denúncia registrada na DPCA. A principal suspeita na época era que a incubadora tenha sido responsável por provocar queimaduras numa recém-nascida de menos de um mês de idade.
O caso foi descoberto numa sexta-feira (19/7), em Goiânia. A mãe da bebê, que ia ao Hospital São Judas Tadeu todos os dias para amamentar, percebeu que a filha estava vestida e o comum é estar somente de fraldas. Ao verificar melhor, notou então uma lesão de possível queimadura na criança. A mulher procurou a delegacia, e uma investigação foi aberta.
De acordo com a delegada Caroline Braga na ocasião, a menina nasceu no dia 27/6, tendo menos de um mês de vida quando sofreu as queimaduras. Ela contou que um inquérito foi aberto e testemunhas já estavam sendo ouvidas no caso. “A criança apareceu com lesões que se assemelham à queimaduras. Os pais da menina já foram ouvidos, e a suspeita é de que tenham sido causadas pela incubadora, que estava com problemas como ligar e desligar sozinha”, contou a delegada ao Dia Online em julho deste ano.
A reportagem do Dia Online entrou em contato com o Hospital São Judas Tadeu na ocasião do ocorrido. A assessoria de comunicação apenas informou que havia instaurado uma comissão para apurar o caso.