Duas vítimas de um golpe milionário aplicado por um golpista pela internet resolveram sequestrar o responsável pelo estelionato, no Distrito Federal.
De acordo com a Polícia Civil, Marlon Gonzales Motta, de 23 anos, é apontado como um dos maiores estelionatários do Distrito Federal, causando prejuízos milionários a investidores do mercado financeiro e de moedas digitais.
Marlon foi sequestrado por dois empresários quando saía de uma festa realizada na Associação dos Servidores da Câmara dos Deputados (Ascade), no Setor de Clubes Sul, no último domingo (25/8).
Os empresários teriam rendido Marlon com pistolas quando ele e os seguranças estavam dentro do carro. Em seguida, eles levaram o golpista para um cativeiro. Lá eles o obrigaram a transferir R$ 152 mil em bitcoins para carteiras criptografadas. Os empresários teriam sido enganados por Marlon em uma transação de moedas virtuais.
Após a transação ser feita, os homens obrigaram Marlon a trocar de roupa, pois a dele estava suja de sangue. Em seguida, eles chamaram um motorista de aplicativo e o abandonaram próximo a uma unidade de saúde no Setor Hospitalar Sul.
Os empresários foram localizados e presos no dia seguinte. Um HD com imagens de segurança que mostram toda a ação também foi apreendido, além das armas usadas e o carro.
Os dois suspeitos foram indiciados pelos crimes de extorsão qualificada pela restrição de liberdade da vítima e porte ilegal de arma. Um deles também responderá por fraude processual, por ter limpado o sangue que havia na cena do crime. Eles foram liberados em seguida e responderão ao processo em liberdade.
Nas redes sociais Marlon exibia uma vida luxuosa, viagens em jatos particulares, hotéis cinco estrelas, ele chegou a gastar R$ 100 mil em uma balada. Segundo apuração da polícia, o valor arrecadado com os golpes ultrapassam R$ 3 milhões.
Como o golpista aplicava o golpe milionário
Fingindo ser megainvestidor, o estelionatário usava a lábia para convencer operadores financeiros a pagarem fortunas em transações envolvendo moedas virtuais.
Em um dos golpes aplicados por Marlon, investidores chineses e brasileiros chegaram a perder R$ 600 mil em uma transação feita em Hong Kong. Ele simulava a transferência das moedas digitais após a fortuna entrar em contas de laranjas.
Marlon Gonzalez responde a cinco inquéritos, por crimes como estelionato, associação criminosa, denunciação caluniosa, falsa comunicação de crime e fraude a seguro.
O golpista teria até criado uma empresa, “Marlon Gonzalez Group”, para oferecer serviços especializados em tecnologia e operação no mercado financeiro e de moedas digitais.