Um vigilante penitenciário temporário do presídio de Inhumas foi preso na última terça-feira (27/8), suspeito de furtar dinheiro de detentos do regime semiaberto. O ato foi flagrado pelas câmeras de segurança, mas as imagens do circuito foram apagadas pelo suspeito. O homem chegou a ameaçar uma colega de trabalho que o surpreendeu durante o crime.
O caso aconteceu na Unidade Prisional de Inhumas, e o homem foi detido pelos próprios agentes prisionais. De acordo com a própria unidade, que já se manifestou sobre o ocorrido, Marcelo Gomes de Oliveira, de 33 anos, foi flagrado na área externa do presídio arrombando veículos dos reeducandos do semiaberto para furtar uma grande quantidade de dinheiro.
Ainda segundo a diretoria da unidade, no momento da ação, Marcelo foi surpreendido por uma colega de trabalho. O vigilante temporário então passou a ameaçar a agente, dizendo que ela o denunciasse, ele alegaria que a colega havia participado do crime. Com medo de ser pego, Marcelo tratou de apagar as imagens do circuito de segurança que mostravam-no praticando o ato.
Entretanto, após tomar conhecimento dos fatos ainda no mesmo dia, a direção do presídio ouviu as testemunhas, que eram os próprios colegas de trabalho de Marcelo, e entrou em contato com a Polícia Civil, Polícia Militar, Diretoria Regional Metropolitana e Ministério Público, quando foi realizada a prisão em flagrante. Com ele foi encontrado o dinheiro subtraído.
A direção da unidade prisional informou que no momento da prisão, Marcelo confessou o crime e contou que nenhum outro agente teve participação. Como além do furto ainda houve “por parte do servidor Marcelo a grave ameaça contra colega de trabalho a fim de assegurar a impunidade do crime”, o crime foi qualificado no artigo 157, § 1º, que é inafiançável.
Direção do presídio de Inhumas lamentou ter sido necessária prisão de um vigilante penitenciário
Em nota divulgada sobre o caso, a direção da Unidade Prisional de Inhumas declarou que as medidas tomadas em relação ao vigilante penitenciário “se aplicará em quaisquer casos que venham a se resultar de desvios de conduta de qualquer servidor, seja ele efetivo, temporário ou comissionado”.
A direção declarou também que é triste ter sido preciso prender “um colega”, mas que sente o orgulho do dever cumprido. “Hoje temos conosco o sentimento de tristeza, pelo fato de ter sido necessário efetuar a prisão de um de nossos colegas, porém temos conosco a sensação do orgulho do dever cumprido, por zelar da honra de nossa instituição pela qual tanto nos orgulhamos e principalmente, zelar pela honra daqueles que cumprem seu dever com dedicação, orgulho, e sempre pautados na honestidade, cumprindo com total austeridade as legislações às quais estamos submetidos”, diz a nota.
Também em nota, a Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP) confirmou que todas as medidas administrativas cabíveis foram tomadas. Veja abaixo:
“A 1ª Coordenação Regional Prisional da Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP) informa que já foram tomadas as medidas administrativas cabíveis em relação à ocorrência, nesta terça-feira, 27/08, envolvendo o Vigilante Penitenciário Temporário (VPT) Marcelo Gomes de Oliveira, lotado na Unidade Prisional de Inhumas.
A 1ª Coordenação Regional Prisional ressalta que já foi solicitado o distrato do servidor, sendo este contrato temporário, e que as investigações do caso estão a cargo da Polícia Civil para as providências que o caso requer.
A DGAP vai apurar administrativamente o fato na forma da lei”.