A cidade de Goiânia avançou da nota C, em 2018, para a B, neste ano, em Capacidade de Pagamento (Capag), conforme a classificação final divulgada pelo Tesouro Nacional na última quarta-feira (14/8). A oficialização da nota B para Goiânia teve como base o aperfeiçoamento de três indicadores, entretanto, a nota ainda ficou abaixo do esperado pela Secretaria Municipal de Finanças (Sefin), que no ano passado projetava nota A.
Segundo a assessoria da Sefin, em relação ao ano passado, apenas Boa Vista (Roraima) e Goiânia estão entre as capitais que melhoraram o desempenho na avaliação de solvência feita pelo Governo Federal, por meio da Secretaria do Tesouro Nacional (STN), com objetivo de permitir apenas contratos de operação de crédito em volumes sustentáveis.
Ainda de acordo com a Sefin, a oficialização da nota B para Goiânia teve como base o aperfeiçoamento de três indicadores: Endividamento, Poupança Corrente e Índice de Liquidez. No primeiro quesito, que leva em conta a Dívida Consolidada e a Receita Corrente Líquida, Goiânia obteve nota A, com apenas 33,35% de endividamento ante a capacidade máxima de 120% autorizada pelo Senado Federal. No segundo, obtida taxa de 93,65% para o cálculo da Despesa Corrente pela Receita Corrente Ajustada, a classificação final foi B.
No último quesito, a cidade também conquistou nota A, com o resultado de 95,94% na análise das Obrigações Financeiras frente à Disponibilidade de Caixa.
Nota B de Goiânia apontada pelo Tesouro na capacidade de pagamento fica abaixo do esperado
Apesar da subida de Goiânia no patamar da capacidade de pagamento de C para B, a melhora não correspondeu exatamente às expectativas da Secretaria de Finanças, que esperava uma nota A ainda no início de 2019.
Em novembro do ano passado, o superintendente do Tesouro e Administração Financeira da Sefin, Eduardo Scarpa, disse em entrevista ao Dia Online que existiam dois fatores decisivos para a nota baixa de Goiânia no boletim do Tesouro Nacional: queda da arrecadação em 2015 e o rombo deficitário da Previdência.
A nota C, considerada baixa, foi determinante para que o município não conseguisse um empréstimo milionário (em dólares), que demandava aval da União. Scarpa afirmou na época que no começo de 2019 o município voltaria à nota A, o que não aconteceu.
A nota baixa se referia ao ano de 2017 e, segundo Scarpa na ocasião, teve somente como efeito direto o impedimento da obtenção do empréstimo de S$ 100 milhões de dólares da Corporação Andina de Fomento (CAF).