Alex Alexandre Ferreira, preso acusado de atear fogo na ex-mulher e deixá-la trancada em um quarto, sem socorro, por cerca de 17 horas, disse em vídeo gravado pela Polícia Civil que não teve intenção matá-la e que não prestou socorro por medo. Ele, que estava foragido desde outubro de 2018, foi preso em Goiás, no último dia 19. O crime ocorreu em Parelheiros, na Zona Sul de São Paulo.
Em depoimento, o suspeito relatou que tudo ocorreu durante uma discussão com a então companheira Sheron Chaves Monteiro, de 34 anos. Eles manuseavam um litro de álcool, que seria usado para fazer comida em um fogão improvisado, quando o líquido derramou sobre eles. Alex contou ainda que “ninguém teve intenção” de atear fogo e que tanto ele quanto a mulher se feriram ao ascenderem um cigarro.
Assista parte do depoimento:
Em outro vídeo, o acusado, apresentado na manhã desta segunda-feira (22/7), na Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios (DIH), em Goiânia, diz que não socorreu Sheron por medo. Ele fugiu do local por volta das 21h do mesmo dia e se abrigou na casa de uma outra ex-companheira, em Itapecerica da Serra, também em São Paulo. De lá, Alex viajou para Goiânia a procura do pai, mas ao chegar na capital ele descobriu que o idoso já havia falecido.
Homem ateia fogo em ex-mulher e a deixa trancada, sem socorro, por 17 horas
No dia do crime, os vizinhos relataram ter ouvido uma discussão do casal. Sheron, que namorava há 10 meses com Alex Alexandre, teria decidido voltar a morar com o pai. O homem, que já havia agredido a então companheira, segundo os familiares, não aceitou o fim do relacionamento.
Segundo as investigações, ele jogou álcool na ex-companheira, ateou fogo e em seguida fugiu da residência a deixando trancada no quarto, onde estava deitada, por cerca de 17 horas. Sheron, muito debilitada, demorou conseguir pedir socorro, até que foi ouvida por uma vizinha.
A mulher foi socorrida pelos vizinhos e levada para o Hospital Regional do Grajaú, também na Zona Sul de São Paulo. De acordo com boletim médico, ela teve 70% do corpo queimado. As áreas mais atingidas pelas queimaduras foram a face/crânio, membros inferiores e superiores, tórax, abdômen e a genitália. Sheron não resistiu e morreu na unidade de saúde quatro dias após o crime.