O ex-governador de Goiás Marconi Perillo (PSDB) foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa no âmbito da operação Cash Delivery, que é um desdobramento da operação Lava Jato.
Conforme o MPF, a denúncia foi formalizada a partir dos acordos de delação premiada firmado entre o órgão e a empresa Construtura Norberto Odebrecht e seus executivos. Segundo o ministério, na época em que era Senador e depois também como governador, Marconi Perillo pediu e recebeu propina em troca de favorecer a empreiteira com contratos e obras a serem feitas em Goiás.
Também foram denunciados o ex-presidente da antiga Agência Goiana de Transportes e Obras (Agetop), Jayme Rincón, Márcio Garcia Moura, Paulo Rogério de Oliviera e Carlos Alberto Pacheco Júnior, sendo que os dois últimos acusados foram denunciados apenas pelos crimes de lavagem de dinheiro e organização criminosa.
MPF pediu a condenação dos envolvidos e a devolução do produto do ilícito praticado
De acordo com o MPF, os quatro denunciados atuaram como braços direitos de Marconi e tinham como função operar o recebimento da propina. Jayme Rincón atuava por sua vez como um intermediador dos pagamentos e tratava diretamente sobre o valor pedido pelo então governador aos executivos da Odebrecht, enquanto os demais tinham a função de buscar o dinheiro da propina.
Através da denúncia dos envolvidos, o órgão pediu a condenação dos acusados e a reparação dos danos causados ao Erário ou a devolução do produto do ilícito praticado, com os devidos acréscimos legais. Além de pedir também que os envolvidos percam o cargo ou função pública de qualquer natureza pelo dobro de tempo da pena de prisão, além de decretar a apreensão e sequestro dos bens dos envolvidos e fixou o valor de R$ 17.808.720,17 para reparar os danos aos cofres públicos.
Além da denúncia contra os envolvidos no esquema, o MPF pediu que seja reconsiderada a decisão de medida cautelar que remeteu os processos da investigação a Justiça Eleitoral. O órgão pede que a Justiça Federal aprecie a petição apresentada pela defesa de Jayme Rincón, e que a mesma possa ser julgada como improcedente, afastando a conexão entre os crimes investigados na operação e os crimes eleitorais. Conforme o MPF, há absoluta ausência de crime eleitoral, o que impede que os documentos da Cash Delivery sejam enviados à Justiça Eleitoral.