O Ministério Público Federal em Goiás (MPF-GO) manifestou-se contrário ao pedido da defesa do ex-presidente da antiga Agência Goiana de Obras Públicas (Agetop), Jayme Rincon, para que os documentos da Operação Cash Delivery deflagrada pela Polícia Federal (PF) uma semana antes das eleições do ano passado sejam remetidos a Justiça Eleitoral.
A ação que é um desdobramento da Lava Jato, foi deflagrada para investigar acordos feitos com a Odebrecht e seus executivos. Vale ressaltar que Jayme Rincon após ser preso afirmou que recebeu dinheiro da empreiteira, e que a quantia foi gasta em campanhas do PSDB, mas não informou quais os candidatos foram beneficiados com o dinheiro da Odebrecht.
O procurador da República Helio Telho ao solicitar que o pedido da defesa de Rincon seja negado, afirmou que não há conexão entre os crimes investigados durante a operação e os crimes eleitorais que tramitam na Zona eleitoral de Goiânia.
O procurador acredita que pedir contribuição eleitoral clandestina ou recebê-la e aplicar na campanha não pode ser considerado como crime eleitoral. Conforme o MPF, o crime eleitoral é o de falsidade ideológica, devido a omissão de informações quanto ao dinheiro gasto na prestação de contas da campanha.
Procurador afirma que não há conexão para que documentos da Cash Delivery sejam remetidos à Justiça Eleitoral
O MPF informou que o ex-governador Marconi Perillo é investigado por crime eleitoral nas eleições de 2014, pois supostamente omitiu informações da verba gasta durante a campanha eleitoral, ao prestar contas, quando foi reeleito governador do Estado.
O procurador lembrou também que o processo investiga o pagamento de propina, lavagem de dinheiro e organização criminosa, pelos pagamentos feitos pela empreiteira a Marconi Perillo para beneficiar a empresa.
No solicitação par indeferir o pedido da defesa de Jayme Rincon, o MPF alega que não há conexão entre o crime comum e crime eleitoral, pois o falta o requisito de contemporaneidade e o mesmo não foi praticado de uma pessoa contra outra. De acordo com o procurador, os crimes de corrupção passiva e ativa, como o de lavagem de dinheiro ocorreram antes do período eleitoral e por essa razão não é possível que o pedido feito pela defesa do ex-presidente da Agetop seja atendido.