O segundo simulado, realizado neste sábado, 18, pela Defesa Civil de Minas Gerais em Barão de Cocais (MG), por conta da possibilidade de rompimento da barragem da Vale teve adesão ainda menor que o primeiro, em 25 de março. Neste sábado houve participação de 1.625 pessoas, de um total de 6.054. No primeiro teste os participantes somaram 3.626, também de 6.054 possíveis, que é o número de moradores com residências a serem atingidas pela lama. O município tem aproximadamente 32 mil pessoas.
O tempo de duração do simulado aumentou. No primeiro, o teste durou 32 minutos. No segundo, 43 minutos. O prazo previsto pela Defesa Civil para que todas as pessoas sejam retiradas de casa antes da chegada da lama é de 1h12 minutos. “As pessoas saíram de forma mais devagar, por saber que é uma repetição”, afirma o coordenador-adjunto da Defesa Civil de Minas Gerais, Flávio Godinho.
Apesar dos números, o coordenador-adjunto da corporação disse que o simulado cumpriu o objetivo. “Tivemos adesão de 1.625 pessoas, que perfaz aproximadamente 26%. O número é baixo, sim. Só que a mobilidade na cidade foi alta. Isso traz pra gente satisfação de que o objetivo foi atingido”, disse.
Godinho disse ainda que a população não compareceu em maior número porque conheciam a rota. “Várias pessoas foram indagadas sobre o por quê de não estarem de deslocando para o ponto de encontro. E as respostas foram únicas. De que as pessoas conheciam sua rota de fuga, e por isso não iriam participar”.
“Com certeza esperávamos uma participação bem maior, mas a gente sai com desejo e a vontade de que cumprimos a missão, informamos as pessoas sobre as rotas de fuga e os locais que devem procurar em caso de rompimento”, afirmou Godinho.
Houve mais uma vez, conforme o coordenador-adjunto da Defesa Civil, reclamação de que o som dos carros que saem à rua anunciando o simulado estava baixo. Durante o teste, moradores fizeram protesto contra a Vale. Godinho, no entanto, afirmou que, ainda assim, todos passaram pelo treinamento neste sábado.
A decisão de se fazer novo simulado na cidade ocorreu depois do anúncio, da própria Vale, às autoridades, que o talude da mina de Gongo Soco, que fica a 1,5 quilômetro da barragem, pode sofrer deslizamento entre este domingo, 19, e o próximo dia 25. O temor é que a movimentação de terra provoque abalo sísmico que provoque o rompimento da barragem.
Em 22 de março, a represa que pode ser atingida pelo abalo teve seu nível de segurança elevado a 3, que significa ruptura iminente.
A Vale, em nota disse que “continua atuando juntamente com os órgãos públicos no esclarecimento da população de Barão de Cocais”. A empresa não informou os motivos que podem ter levado o talude da mina de Gongo Soco a poder deslizar, provocando o abalo sísmico.