O Centro de Internação Provisória (CIP), localizado em Goiânia, no Jardim Europa, é alvo de uma inspeção realizada pela Comissão da Criança e do Adolescente da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) na manhã desta quarta-feira (8/5). A vistoria é feita após denúncias de irregularidades no local, e acontece um ano depois do trágico incêndio que matou 10 adolescentes que cumpriam medidas socioeducativas.
A Comissão da Criança e do Adolescente (CCA) é presidida pelo deputado estadual Vinícius Cirqueira (Pros). Além dele, estão presentes na inspeção – que acontece agora de manhã – os demais membros da CCA e da Defensoria Pública.
Segundo informações da coordenação do Centro de Internação Provisória (CIP), enviadas à Defensoria Pública, a unidade não tem recebido alimentos e o único enviado ao local há mais de seis meses é o açúcar, além do atraso de dois meses do auxílio alimentar do pão e leite, encaminhado pelo Grupo Executivo de Apoio a Crianças e Adolescentes (GECRIA). O documento informa ainda que há falta de insumos básicos na unidade como material de limpeza, colchões, cobertas, lençóis e toalhas.
A vistoria à unidade é conduzida pela defensora pública Bruna do Nascimento Xavier, do Núcleo da Infância da Defensoria Pública do Estado de Goiás, que recebeu as denúncias. A equipe da Defensoria Pública irá visitar também o Centro de Atendimento Socioeducativo (CASE), no Conjunto Vera Cruz I.
Centro de Internação é vistoriado 1 ano depois de incêndio que vitimou 10 adolescentes
No dia 25 de maio do ano passado, um incêndio no CIP matou 10 adolescentes queimados. Segundo o Corpo de Bombeiros, os adolescentes atearam fogo a um colchão enrolado na grade de um dos alojamentos da Ala A.
Imagens obtidas na época por uma TV local mostraram a suposta demora de servidores no socorro a vítimas no dia em que o CIP foi atingido pelo incêndio.
As gravações mostram o prédio de vários ângulos. É possível ver fumaça saindo pela janela do alojamento a partir de 11h11. Do outro lado, a cortina de fumaça avança pela porta. Policiais militares aparecem do lado de fora, e dois deles dão a volta na unidade. A fumaça aumenta muito, e os PMs aguardam cerca de três minutos segurando as armas.
A câmera apontada para a entrada do CIP registra três policiais sentados. Quando o fogo começa, um policial que está ao celular se levanta. Servidoras passam com prato na mão e continuam comendo.
A reportagem do Dia Online, com exclusividade, conversou, na ocasião, com as mães das vítimas do incêndio numa reportagem especial que pode ser lida aqui.