A protocolização de um pedido de impeachment de Iris Rezende (MDB), prefeito de Goiânia, por parte do deputado estadual Alysson Lima (PRB), na manhã desta quarta-feira (8/5), acendeu, além de uma confusão com bate-boca de vereadores na Câmara Municipal de Goiânia, também uma rixa entre o vereador Oséias Varão (PSB) e o membro da Assembleia Legislativa. Após o deputado ir pessoalmente à Câmara para apresentar o pedido de impeachment e ser impedido de usar a tribuna, Oséias chegou a dizer que Alysson era “ridículo” e que tentava usar a Câmara como “palanque político”.
O bafafá se instalou depois que o ex-vereador e atual deputado Alysson Lima compareceu na manhã de hoje à Câmara Municipal para protocolar um pedido de impeachment de Iris Rezende, e solicitou usar a tribuna para falar aos vereadores sobre o processo.
Entretanto, assim que foi aberta a sessão, vários vereadores da base Irista começaram a se manifestar contra a abertura da tribuna para que o deputado discursasse. Uma votação chegou a ser realizada para decidir se o parlamentar poderia ou não subir à tribuna e justificar sua proposta. Com placar de 17 votos contrários e 5 favoráveis, Alysson foi impedido de falar. O pedido de impeachment foi protocolado, mas um rastro de insatisfação parece ter ficado para trás.
O vereador Oséias Varão, líder do prefeito na Câmara, falou ao Dia Online e deixou explícita sua indignação com o pedido apresentado pelo deputado. “Ele é ridículo! O deputado Alysson não tem senso do ridículo! Desculpe a minha indignação, mas ele está usando essa situação só para fazer a Câmara de palanque político, porque ele sabe que as eleições estão próximas e que não existe fundamento para impeachment do prefeito!”, disse.
Conforme o vereador, o pedido de impeachment apresentado pelo deputado Alysson Lima é “vazio de argumentos e fundamentos jurídicos”, uma vez que seria baseado apenas “numa denúncia do MPF”. A ação referida pelo vereador, que alega improbidade administrativa, foi proposta à 7ª Vara da Justiça Federal.
Oséias ainda diz que tem absoluta certeza de que “não existe clima na Casa para impeachment”, e que Alysson é “uma vergonha para a oposição”. “Se houvesse indício para impeachment, a oposição ali [na Câmara] está fazendo o quê então? Por que um deputado teve que sair da Assembleia para ir protocolar esse pedido de impeachment?”, finaliza o vereador.
Alysson Lima, autor do pedido de impeachment de Iris Rezende, rebate e diz que “compareceu à Câmara como um cidadão comum”
Em resposta ao vereador Oséias Varão, o deputado Alysson Lima chamou de “equivocadas” suas declarações, e disse que não foi à Câmara enquanto deputado. “A lei diz que qualquer cidadão pode protocolar um pedido de impeachment, e foi o que eu fiz. Não fui à Câmara como deputado, mas como cidadão”, esclarece.
O deputado também declarou que, ao contrário do que foi dito pelo vereador, o processo montado por ele dispõe de três crimes de improbidade administrativa que foram reunidos em uma única peça jurídica. “É um processo com elementos jurídicos fortes pra poder realmente indicar um caminho de impeachment na Câmara Municipal”, avalia.
Sobre a acusação de estar usando a Câmara como “palanque político”, o deputado respondeu que “não precisava disso”. “Eu tenho mais de 150 mil seguidores nas redes sociais, fui apresentador da TV Record, não preciso disso para me promover”, rebate.
Quanto ao sucesso ou fracasso do trâmite do pedido de impeachment, o deputado diz que dependeria, agora, dos vereadores, mas chegou a dizer que a Câmara Municipal era “totalmente agachada ao prefeito”. Entretanto, ele mostrou confiança na Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ). “Na CCJ tem maioria, são 4 contra 1”, finaliza.