Três dias antes de corpos serem encontrados na Casa da Acolhida, a Comissão de Direitos Humanos e Cidadania da Câmara Municipal de Goiânia, vereadora Dra. Cristina (PSDB), havia apontado situação precária no local. Foram constatados problemas na estrutura física do prédio, como infiltrações e janelas dos quartos estão quebradas; e falta de funcionários.
A vistoria, que tinha como objetivo verificar as condições oferecidas às pessoas em situação de rua que buscam abrigo no local, foi feita na última sexta-feira (3/5). Segundo a coordenadora do período diurno, Olívia Braga, um dos maiores problemas enfrentados é a quantidade de funcionários. Atualmente, são apenas 23, mas já foram mais de 100. Durante o dia não há enfermeiros; eles atendem somente à noite e apenas fornecendo medicamentos, ou seja, nem curativos eles fazem mais. Faltam ainda servidores para fazer a limpeza da casa.
Foi constatado que estrutura física também tem problemas, como infiltrações e quase todas as janelas dos quartos estão quebradas, com vidros pendurados e que podem ser usados como arma. Alguns abrigados preferem dormir no chão, porque as camas estão com percevejos – insetos.
O relatório final será encaminhado à Prefeitura de Goiânia e à Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas), enfatizando as principais necessidades da Casa da Acolhida. O local tem capacidade para atender em média 240 pessoas. Além de moradores de rua, são acolhidos migrantes e imigrantes. Até a sexta-feira (3/5), viviam no local 88 homens e 13 mulheres.
Corpos são encontrados na Casa da Acolhida
Na manhã deste domingo (5/5), três dias após a visita da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania, dois abrigados foram encontrados mortos, sem suas camas, na Casa da Acolhida. Os homens foram identificados como o africano Mohamed Alie Jalloh, de 25 anos, e o brasiliense Emanuel de Barros Cezario, de 35.
Um dos corpos estava com uma perfuração profunda no pescoço, conforme informado pelo delegado plantonista da Delegacia Estadual de Investigações de Homicídios (DEIH), Klayter Camilo Resende Farinha. Também existe a suspeita de que as vítimas tenham sido asfixiadas. O caso é investigado pela Polícia Civil.
Em nota, a Semas informou que “medidas frequentes são tomadas como revistas feitas pela Guarda Civil Metropolitana, para evitar a entrada de armas e objetos cortantes na Unidade”. O órgão enfatizou que o caso segue em investigação.