Vídeo anexado a uma denúncia da Associação Brasileira dos Advogados Criminalistas de Goiás (Abracrim-GO) mostra agentes prisionais agredindo detentos do Complexo Prisão de Aparecida de Goiânia (CPP).
Os agentes utilizam a técnica de “corredor polonês”, quando agressores ficam em duas fileiras normalmente com objetos e acertam pessoas. No caso dos agentes, cassetetes e chutes.
“Recebemos a denúncia e acreditamos que deveríamos denunciar”, disse ao Portal Dia Online, o presidente da Abracrim, Alex Neder.
“Esse tipo de coisa aumenta a revolta dos detentos. Já tivemos uma coisa horrorosa no ano passado [Rebelião do semiaberto no dia 1° de janeiro de 2018] por isso precisamos contribuir para que não volte a acontecer”, acredita Neder.
Familiares e advogados consideram que as agressões fazem parte de punições após fuga de 24 presos no dia 23 de abril.
Veja o vídeo das agressões na CPP, em Aparecida de Goiânia
O documento, que inclui a filmagem, foi enviado para a Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP).
No vídeo de 1 minuto 29 segundos, provavelmente gravado por um preso e enviado para um familiar, presos vestidos com camisetas e shorts amarelo ou branco aguardam em uma fila. Pelo menos um preso, de mãos para trás, é agredido pelos agentes.
“O vídeo não deixa claro se houve agressão. De qualquer forma, consideramos inaceitável qualquer tipo de tortura. Vou conversar com o diretor para ele me explicar”, disse o presidente do Sindicato dos Servidores do Sistema de Execução Penal (Sinsep), Maxsuell Miranda das Neves.
Para Maxsuell, antes da rebelião tinha muita regalia. “As cantinas estão sendo tiradas dos blocos. Todo dia os agentes encontram facas, celulares e drogas. E tudo isso entra por meio de servidores corruptos, advogados e familiares. A maioria das facas são artesanais”, esclarece.
“O Estado fingia que mandava e os presos que obedeciam. Com isso, é iminente que vai ter motim, confusão e denúncia”, diz.
Em nota, a Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP), “já estão sendo tomadas as providências para apuração dos fatos constantes do vídeo, inclusive em relação à data do material produzido, para aplicação de sanções administrativas internas aos envolvidos na ocorrência. A direção informa ainda que o fato será comunicado à autoridade policial competente para investigação criminal.”