A promotora de Justiça Teresinha de Jesus Paula Sousa, do município de Caiapônia, solicitou à Polícia Civil do Estado de Goiás (PCGO) que investigue um plano para matar o delegado Marlon Souza Luz, que atuou na cidade até abril.
Segundo a promotora informou ao Portal Dia Online, a denúncia surgiu durante uma investigação do delegado contra suspeitos de estelionato envolvendo gente poderosa. A reportagem viajou até a cidade,
A atuação de Marlon teve destaque na cidade e região quando cortou na própria carne, pedindo afastamento de policiais civis envolvidos com o crime.
A reportagem esteve na cidade antes de o delegado ser transferido para o município de Jataí, em abril, sob a justificativa de estar em risco. A família dele, no entanto, permanece na cidade. O delegado, procurado insistentemente, não quis comentar o assunto.
Segundo o Portal Dia Online apurou, o delegado descobriu o plano para matá-lo quando foi procurado pelo familiar de um matador da região. Ao saber que se tratava de um delegado de polícia, o criminoso, que contaria com a participação de um comparsa, desistiu.
A dupla ainda teria gasto a quantia paga pelo mandante, ou seja, R$ 80 mil para assassinar o policial.
O caso mais delicado, contudo, investigado pelo delegado, envolve religiosos e um policial civil da cidade. O grupo é suspeito de aplicar um golpe milionário. Ainda não há confirmação se a investigação teria alguma coisa a ver com a trama para matar o delegado, mas o período coincide.
No esquema envolvendo religiosos e o policial – que estaria coagindo vítimas – até o atual presidente da Câmara de Vereadores, Jamilton Morais, caiu no golpe. “Estamos esperando que a Justiça seja feita”, disse. A reportagem não dará detalhes para não atrapalhar as investigações.
Polícia Civil não quis se pronunciar sobre plano para matar delegado, em Goiás
A promotora Teresinha de Jesus Paula Sousa solicitou que a Delegacia Estadual de Investigações Criminais (DEIC) investigasse o plano. O caso, no entanto, foi transferido para a 7° Delegacia Regional de Iporá e ficará sob a responsabilidade do delegado Tiago Junqueira de Almeida.
A assessoria de imprensa da Polícia Civil informou que o delegado-geral, Odair José Soares, não vai comentar o assunto e nem mesmo emitirá uma nota sobre o caso, que está sob sigilo.
Na cidade, no entanto, o assunto não é novidade. Foi um dos moradores que soube do plano e procurou a delegacia para alertar o delegado, que passou a andar com arma de grosso calibre.
Um dos criminosos que teriam sido contratados para matar o policial está preso por homicídio no presídio de Anicuns e outro foi preso recentemente e está na Cadeia Pública de Caiapônia.
O prefeito de Caiapônia, Caio Lima, relembrou casos de ameaças à juíza da cidade, Gabriela Maria de Oliveira Franco, que teve de andar escoltada 24 horas. “Esse caso assustou todo mundo. Ela e o delegado foram ameaçados por um policial rodoviário federal”, disse. “A atuação do doutor Marlon enquanto esteve em nossa cidade foi muito importante”, garante.
“Tem que encontrar o mandante. É inconcebível ameaçar promotor juiz e delegado, que correm risco de vida. Encontrar e punir que atente contra vida de políticos também”, ressaltou Caio Lima, antes de enumerar as dificuldades e conquistas da administração municipal.
Radialista na cidade e dono de um site, Guinther Júnior, reconhece a diminuição da criminalidade na cidade, mesmo com baixo efetivo pessoal. “O delegado coordenou operações e investigações de repercussão no Estado e em todo o Brasil”, diz ele.
Em nota enviada à redação do Dia Online, o policial citado pelo prefeito esclarece: “não existe nenhuma comprovação de que o policial rodoviário federal Júlio Augusto Patrocínio tenha ameaçado a Juíza de Caiapônia, da mesma forma que não foi encontrado nenhum processo judicial sobre o assunto.”