A Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) foi palco de um barraco memorável na tarde desta quinta-feira (11/4), durante uma sessão ordinária. Com ânimos, no mínimo, exaltados, os deputados Amauri Ribeiro (PRP) e Lêda Borges (PSDB) bateram boca no Plenário da Casa, trocando ofensas e acusações. A confusão na Alego fez com que o presidente da Casa suspendesse a sessão que ocorria no momento.
Tudo começou quando o deputado Amauri Ribeiro, famoso por estar sempre de chapéu, subiu à tribuna e, após se posicionar sobre a matéria em votação, trouxe à tona um desentendimento com o deputado Cláudio Meirelles (PTC) ocorrido no dia anterior. Amauri, que havia chamado Cláudio Meirelles de “hipócrita” um dia antes, chegou a dizer que o parlamentar do PTC usava de ironia e deboche para debater, e que ele não tinha lado.
Entretanto, neste momento, Amauri fez uma pausa e se dirigiu à deputada tucana Lêda Borges. “Deputada Lêda, a senhora quer falar? Usa o microfone. Porque toda vez que eu estou falando a senhora fica chiando aí”, disse.
Foi então que a confusão se instalou e a sessão precisou ser suspensa pelo presidente da Casa Lissauer Vieira (PSB). [Veja o vídeo abaixo]
“Eu vou sempre defender o regimento da Casa”, diz Lêda Borges
Em entrevista ao Dia Online após a confusão, a deputada Lêda Borges falou sobre o ocorrido e deu sua versão. Segundo a parlamentar goiana, o desentendimento não era com ela, e sim entre o deputado Amauri Ribeiro e o deputado Cláudio Meirelles. “Eu entrei no meio para defender o regimento da Casa, para defender a Assembleia. Eu vou sempre defender o regimento da Casa.”, declarou.
De acordo com Lêda, ela não havia interrompido ou atrapalhado a fala do deputado, mas sim “pedido para o presidente cumprir o regimento”, uma vez que, segundo ela, Amauri estava usando a tribuna apenas para atacar Cláudio Meirelles e não para discutir a matéria em pauta. “Ele [Amauri] gastou meio minuto para dizer que era favorável à matéria e no restante do tempo começou a atacar o deputado Cláudio”, disse. Ainda segundo ela, antes o deputado Amauri havia chamado Cláudio Meirelles de “prostituta do poder”, declaração que foi confirmada por Amauri.
A deputada também negou que tenha sido contida para não atacar o deputado Amauri, como o parlamentar havia dito, e também disse que jamais afirmou que era preciso “dar um fim nele”, como noticiado por um jornal local. “Eu vou defender a Casa, vou defender o regimento! Eu jamais disse que ‘era preciso dar um fim nele’, eu disse que não tinha medo dele. Ele disse que eu estava ‘chiando’. Eu não ‘chio’, eu me manifesto pelo regimento!”, finaliza a deputada.
“Ela me desrespeitou. Ela é louca, transtornada”, diz Amauri Ribeiro
Também em entrevista ao Dia Online, o deputado Amauri Ribeiro deu sua versão da confusão. Conforme ele, a deputada Lêda Borges “o desrespeitou”, e, além de dizer que a parlamentar “gosta de escândalo”, chegou a dizer ainda que a deputada é “louca e transtornada”.
De acordo com Amauri, ele disse à deputada Lêda que ela ficava “chiando” pois, segundo ele, ela estaria impedindo seu direito de fala na tribuna. “Toda vez que vou falar é assim, ela não me permite. Ela estava tentando me atrapalhar, falando alto e tentando me interromper. Foi aí que eu disse para ela parar de chiar, e que se quisesse falar que usasse o microfone”, disse.
Amauri disse ainda que após a sessão, ele foi até o gabinete do presidente da Alego, Lissauer Vieira, para conversar com o parlamentar. Segundo ele, nesse momento os deputados Cláudio Meirelles e Lêda Borges chegaram “querendo briga”, mas foram retirados de lá. A deputada Lêda confirmou que foi ao gabinete do presidente da Casa, mas negou que tivesse sido retirada do ambiente. “O que eles querem ali é me desmoralizar, eles querem que eu agrida alguém para aí eles me atacarem”.
Veja o vídeo do momento da confusão: