Investigado por enriquecimento ilícito, o atual presidente da Câmara Municipal de Jataí, Mauro Antônio Bento Filho (MDB), foi afastado de suas funções na manhã desta terça-feira (9/4) atendendo uma determinação do Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO).
O afastamento do parlamentar das funções é por um período de 180 dias e a decisão foi do juiz Thiago Castro que proibiu, o presidente da Casa de frenquentar as dependências da Câmara Municipal e entrar em contato com seus servidores e ex-servidores para retirar qualquer objeto pessoal de seu gabinete, que deve permanecer fechado durante as investigações.
Conforme a determinação judicial às chaves do gabinete devem ser entregues à Vice-Presidência da casa, em caso de descumprimento, foi estipulada uma multa no valor de R$ 5 mil. O atual presidente da Casa e o seu ex-assessor Eurípedes Ferreira Marques são investigados por enriquecimento ilícito e atos de ofensa contra a administração pública.
Além do afastamento do parlamentar, o promotor de Justiça, João Biffe Júnior, pediu o bloqueio dos bens de Mauro Bento e do seu filho Samuel Bento, em que foi encontrado na conta do parlamentar depósitos no valor de R$ 1.034.754,09 e na do ex-servidor o valor de R$ 135.225,09.
Presidente da Câmara de Jataí cobrava parte dos salários dos servidores do seu gabinete para mantê-los no cargo
Conforme as investigações do MPGO, desde janeiro de 2009 quando foi eleito vereador na cidade, o parlamentar recebeu mensalmente parte dos salários pagos aos servidores de seus gabinete, para mantê-los nos cargos. Entre os servidores que pagaram para serem mantidos em suas funções está o ex-assessor legislativo do atual presidente da Casa, Eurípedes Ferreira Marques, que cobrou a restituição dos valores pagos ao parlamentar em 2013.
Eurípedes trabalhou no gabinete do então vereador entre 2009 e 2012 e após cobrar a demanda do atual presidente da Câmara Municipal, o parlamentar como desculpa para pagar a dívida conseguiu uma nova nomeação para o ex-assessor, que recebeu sem ao menos trabalhar na Casa. De acordo com o MPGO, a contratação do ex-assessor legislativo gerou danos aos cofres públicos durante os sete meses que ele foi nomeado para outro cargo na Casa.
O MPGO afirma que além de Eurípedes, outros oito funcionários afirmaram e confessaram que repassaram parte dos seus vencimentos ao vereador no período em que trabalharam em seu gabinete.
O Dia Online entrou em contato com a assessoria do parlamentar em busca de um posicionamento sobre o seu afastamento, mas foi informado que ele não vai se pronunciar sobre o caso neste momento.