Um advogado e um ex-servidor do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO), foram presos por policiais da Delegacia Estadual de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (DRACO), durante a Operação Antídoto, deflagrada na última quarta-feira (3/4) que investiga a venda de sentenças a integrantes do Comando Vermelho (CV), em Goiás.
O resultado da operação foi apresentado durante uma coletiva de imprensa na manhã desta sexta-feira (5/4). Conforme a publicação de um Jornal local, foram encontradas mensagens no celular do advogado Emerson Tadeu Vita Ferreira em uma conversa com o assistente de juiz, Carlos Eduardo Moraes Nunes, ex-servidor das 3ª Vara Criminal da capital, que mostra a ligação dos suspeitos com membros do CV.
Na coletiva na manhã de hoje, a polícia afirmou que o então assistente judicial passava informações sigilosas, em troca de uma compensação financeira, dos processos e investigações contra os líderes da facção. Conforme as investigações apontam, houve momentos nas conversas entre eles, que houve desentendimento entre os envolvidos, o que evidenciou que não foi o primeiro acordo firmado entre eles.
Advogado preso negociava com ex-servidor do TJGO sentenças para beneficiar líderes do Comando Vermelho
As investigações da DRACO apontam para ligação do advogado com o líder do CV, André Luiz Lima, que o chama carinhosamente de “papai”. Conforme divulgado pela polícia, Emerson Tadeu Vita Ferreira teria envolvimento com lavagem de dinheiro e auxiliava a planejar a fuga de um dos membros do comando preso na Casa de Prisão Provisória de Aparecida de Goiânia (CPP).
De acordo com a polícia durante o seu depoimento, o advogado afirmou que procurou Nunes e pediu dinheiro para beneficiar os líderes do grupo criminoso, por ser servidor da 3ª Vara Criminal de Goiânia, em que existem importantes processos contra os integrantes do CV. O advogado alegou que armazenou as conversas com os envolvidos para sua segurança.
O Dia Online entrou em contato com o TJGO em busca de um posicionamento sobre o servidor preso e investigado na operação. Em nota o TJGO afirmou que ao ser notificado da ação policial e dos indícios de participação do ex-servidor em ações criminosas, Carlos Eduardo foi exonerado do cargo imediatamente. O Tribunal de Justiça informou também que o pedido de prisão do ex-servidor foi do próprio poder judiciário.
Confira a nota
“O Tribunal de Justiça de Goiás informa que, diante dos indícios da participação do ex-servidor nas ações criminosas objeto de investigação pela Polícia Civil – DRACO, ele foi imediatamente exonerado. Informa, ainda, que partiu do próprio Judiciário goiano o mandado de prisão contra Carlos Eduardo.”