Em depoimento à Polícia Federal (PF) após a Operação Decantação 2 ser deflagrada, o ex-governador de Goiás, José Eliton (PSDB) admitiu que usou o avião do empresário Carlos Eduardo Pereira da Costa, em 2016, sem nenhum contrato ou pagamento ser formalizado. De acordo com o ex-gestor do Estado, o uso da aeronave foi para fins políticos, uma vez que o partido tinha a intenção de locar o avião, o que não ocorreu.
O empresário e dono da aeronave é um dos investigados na Operação Decantação 2, deflagrada na última quinta-feira (28/3), que terminou com ele e outras quatro pessoas presas, mas liberadas no final de semana. Carlos Eduardo é apontado como sócio da empresa Sanefer que teria recebido altas quantias de maneira irregular da Companhia de Saneamento de Goiás (Saneago).
Conforme a publicação de um Jornal local ao conseguir a liberdade do empresário, os advogados de defesa afirmaram que a soltura de Carlos mostrou que sua prisão foi ilegal. O diretório do PSDB em Goiás foi procurado, mas até o momento não se posicionou sobre as declarações feitas pelo ex-governador.
Por meio de sua assessoria José Eliton afirmou que não vai mais se pronunciar sobre o caso no momento. Segundo as informações divulgadas na imprensa local, em seu depoimento o ex-governador afirmou que usou o avião de forma eventual como uma carona. E declarou à imprensa que todos os voos foram efetuados durante campanha eleitoral e foram legais.
Investigações da Operação Decantação 2 apontaram que três empresas de um mesmo dono receberam benefícios da Saneago
Por meio de nota a Saneago afirmou que atual gestão da companhia está priorizando a implantação de melhores práticas de governança, afim de garantir a lisura de todos os processos e com a criação da Superintendência de Governança. A empresa lembrou ainda que está fornecendo toda colaboração necessária às investigações.
As investigações da Operação Decantação 2, apontaram que ao menos três empresas de um único dono foram beneficiadas com contratos firmados com a Saneago, mesmo com impedimentos fiscais.
Conforme a PF, empresários, diretores e agentes públicos são investigados pelos desvios na companhia. No dia da operação foram cumpridos cinco mandados de prisão, vale lembrar que todos os presos já foram soltos, e oito de busca e apreensão ligados ao ex-governador em Goiânia e Aparecida de Goiânia. Em um dos endereços a polícia encontrou uma quantia de R$ 2,3 milhões e armas. Os envolvidos vão responder pelos crimes de associação criminosa, peculato, corrupção passiva e ativa, fraudes em processos licitatórios e lavagem de dinheiro.