Com depoimento adiado na última quinta-feira (28/3), pois estava em outro município, o ex-governador José Eliton (PSDB) compareceu por volta das 16h de hoje (29/3) à sede da Polícia Federal (PF), em Goiânia, para prestar esclarecimentos sobre o seu envolvimento com os empresários presos durante a segunda fase da Operação Decantação deflagrada ontem, que investiga os desvios de verbas da Companhia de Saneamento de Goiás (Saneago).
Conforme a publicação de um Jornal local, o ex-governador chegou a PF por volta das 16h, prestou depoimento e voltou para sua residência ao fim da tarde. Na operação deflagrada na última quinta-feira, foram cumpridos cinco mandados de prisão e oito de busca e apreensão, com um deles na residência de José Eliton.
Conforme as investigações apontaram, mensagens trocadas entre os empresários e o ex-gestor do Estado, mostram que José Eliton usava a aeronave de um dos presos durante a ação na campanha eleitoral. O documento registrou que ação era uma doação eleitoral feita pela empresa Sanefer, que era paga através da saneago e que o mesmo também era feito de forma indevida pela Secretaria de Seguraça Pública do Estado de Goiás (SSP-GO), enquanto José Eliton ocupava o cargo de secretário e a vice-governadoria.
Conforme as investigações apontaram, o pagamento a empresa citada era feito majoritariamente pela SSP-GO, e em contrapartida o sócio da Sanefer devolvia os valores pagos ao ex-governador de outras maneiras, que a polícia busca esclarecer. A partir da decisão, uma terceira forma de pagamento foi elaborada como doações eleitorais para campanhas entre 2008 e 2014 do ex-governador Marconi Perillo (PSDB).
Ex-governador José Eliton teve pedido de prisão negado por juiz
José Eliton chegou a ter o pedido de prisão expedido por parte da PF, no entanto o juiz negou e determinou apenas busca e apreensão na casa do ex-governador. Em sua decisão, o magistrado alegou que os casos são contemporâneos e que o ex-gestor não estava mais a frente da administração pública.
Por sua vez a Saneago afirmou que a empresa em sua atual gestão tem dado prioridade para implantação de melhorias nas práticas de governo, e busca garantir a lisura em todos os processos da companhia com a crianção da Superintendência de Governança. A companhia informou também que vai continuar colaborado com as investigações.
O advogado de José Eliton, Tito Amaral afirmou ainda que a investigação é sobre fatos ocorridos entres os anos de 2014 e 2016, quando o seu cliente ainda ocupava o cargo de vice-governador. Portanto segundo a defesa do ex-governador, não há elementos que possam colocar suspeitas sobre a atuação de José Eliton como vice-governador ou governador.
Citado durante as investigações e outras matérias de jornais da capital, a assessoria de Marconi Perillo apenas afirmou que ele não é investigado na operação e que por esse motivo não vai se pronunciar sobre o caso.
Por outro lado os advogados de defesa da Sanefer caracterizaram a operação deflagrada na última quinta-feira como capciosa sobre o uso do avião de um dos sócios da empresa pelo ex-governador José Eliton.