Notas de R$50 e R$ 100 dentro de malas e envelopes e enrolados em páginas de jornal saltaram aos olhos na manhã desta quinta-feira (28/3) em fotografias e vídeos divulgados pela Operação Decantação 2, que investiga esquema de corrupção na empresa de Saneamento de Goiás (Saneago).
A Polícia Federal (PF) deu continuidade à 2° fase da operação, quase três anos depois de a 1° fase, desencadeada no dia 24 de agosto de 2016, ter cumprido 120 mandados.
Entre os presos, o presidente estadual do PSDB à época, Afrêni Gonçalves e o então presidente da Saneago, José Taveira Rocha.
Cinco dias depois, no dia 29, o engenheiro e supervisor de qualidade da Saneago Claudionor Francisco Guimarães Filho decidiu pôs fim à própria vida. Foi encontrado morto enforcado em uma árvore do Jardim Botânico. Ele foi um dos investigados nesta 1° fase.
Nesta quinta-feira, a Operação repercutiu quando o nome do ex-governador de Goiás Zé Eliton (PSDB) figurou entre os alvos de busca e apreensão.
Se não fosse decisão do juiz Rafael Slomp, o ex-governador Zé Eliton seria um dos presos na Operação Decantação 2, durante a manhã. O juiz negou a prisão porque à época em que empresários e políticos operavam o esquema, Zé Eliton era apenas vice.
Os policiais prenderam o advogado e chefe de gabinete do ex-governador, Luiz Alberto de Oliveira, um dos cinco presos na operação da Polícia Federal (PF).
A investigação apura desvios de recursos públicos da Companhia de Saneamento de Goiás, a Saneago. Conforme a PF, parte dos recursos recebidos pela prestação de serviços à Saneago era repassada para o chefe de gabinete.
Quando ainda era vice-governador – com acúmulo do cargo de secretário de Segurança Púbica – Zé Eliton teria utilizado uma aeronave de propriedade de uma das empresas que fazem parte do esquema criminoso.
A Operação suspeita que a empresa lavava dinheiro. É que foi identificado transferência de valores na ordem de R$ 28 milhões entre o chefe de gabinete do ex-governador e a conta de uma das empresas.
Além do chefe de gabinete do ex-governador, também foram presos Gisella Albuquerque, Carlos Eduardo Pereira da Costa, Nilvane Tomás de Sousa Costa (presa e liberada na primeira fase da operação) e Robson Borges Salazar.
Em nota, Saneago se manifestou sobre operação que prendeu chefe de gabinete do ex-governador Zé Eliton
A Saneago, por meio de nota, se pronunciou e disse que tem adotado e priorizado a implantação de práticas que que garantem a lisura em todos os processos da companhia.
A companhia de fornecimento de água também declarou que “permanece prestando toda a colaboração necessária às investigações”.
Confira a nota abaixo:
“Em relação à operação deflagrada pela Polícia Federal, na manhã desta quinta-feira, relacionada a fatos ocorridos no período de 2012 a 2016, a Saneago destaca que a atual gestão da Empresa tem priorizado a implantação das melhores práticas de governança e compliance, para garantir a lisura em todos os processos da Companhia.Dentre as ações tomadas está a criação da Superintendência de Governança, unidade responsável pela implantação de uma série de políticas estratégicas, como a Política de Alçadas, documento que normatiza a tomada de decisões pela Diretoria Colegiada, a Política de Prevenção de Conflito de Interesses, em conformidade com o Código de Conduta e Integridade da Companhia, Política de Transações com Partes Relacionadas e a Política de Prevenção de Atos de Corrupção.A Empresa informa ainda que permanece prestando toda a colaboração necessária às investigações.”