Em entrevista ao Fantástico, da Rede Globo, na noite de domingo (24/3) uma mulher afirmou que João Teixeira Faria, o médium João de Deus, depois de estuprá-la, tentou matá-la à bala.
A história entra para a biografia obscura do religioso. Apenas no Ministério Público do Estado Goiás (MP-GO),o médium, preso no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia desde dezembro de 2018 tem oito denúncias abertas.
O MP busca, agora, entender como a tentativa de homicídio e o assassinato misterioso de uma turista alemã – que teria como autor o médium João de Deus – não foram investigados.
Segundo o MP, mm policial militar, uma delegada e um delegado são investigados: eles são suspeitos de evitar que João de Deus fosse investigado pelos crimes, incluindo os de abuso.
“Diversos relatos de vítimas diversas diligências já revelaram indícios de que o denunciado já acusado João Teixeira de Faria contou sim, durante todo esse tempo, com uma rede de proteção. Rede de proteção composta por autoridades, inclusive, autoridades policiais”, afirmou o promotor Augusto Cezar ao Fantástico na noite de domingo.
O Fantástico colocou a reportagem exclusiva no ar que conta com a entrevista de uma mulher que nunca conversou com jornalistas.
João de Deus teria baleado e jogado mulher de ponte
Sem revelar a identidade, ela denuncia que, em 1973, quando tinha apenas 17 anos, foi convencida por João de Deus a ir a uma ponte, onde faria uma limpeza espiritual. Lá, segundo ela, foi abusada sexualmente.
“Eu tava com um vestido verde. Tirou o meu vestido. Tirou minha calcinha e tirou a roupa dele toda. Eu falei: Não. Me deixa. Eu vou casar. Não faz isso, não”, contou.
Ao perceber que a moça sangrava muito, o médium, assustado, sacou um revólver e atirou nela três vezes. Em seguida, a jogou dentro de um rio. Um pescador que passava por ali a encontrou e a tirou da água.
A jovem, então, disse ao pescador: “Esse monstro me matou”. Ao que o pescador respondeu: “Não, você não morreu, menina. Eu vou chamar um carro lá na estrada pra você ir para o hospital”.
A história vem à tona 46 anos após o crime. A mulher teve coragem de falar, primeiro ao MP, depois à imprensa, apenas porque João de Deus permanece preso.
Por causa dos anos que já se passaram, o crime prescreveu.
Ainda segundo a reportagem do Fantástico, outro caso de assassinato em que João de Deus estaria envolvido ocorreu em 198. Taxista, a vitima seria amante da mulher de João de Deus, que foi absolvido sem provas.
João de Deus também teria mandado matar uma turista alemã que ameaçava postar na internet que ele era um “charlatão”.
O Dia Online não conseguiu retorno da defesa de João de Deus, mas, ao Fantástico, o advogado disse que as acusações foram arquivadas.