Dois homens acusados de matar o policial civil Kleber César de Farias, 37 anos, vão a júri popular, nesta quinta-feira (21/3), presidido pelo juiz Jesseir Coelho de Alcântara, da 3ª Vara dos Crimes Dolosos Contra a Vida e Tribunal do Júri da comarca de Goiânia. O crime ocorreu no dia 24 de outubro de 2017, dentro de uma casa em construção, no setor Cristina Parque, em Morrinhos. Kleber, que era dono de uma empreiteira, foi assassinado por Sileildo Francisco da Silva, de 31 anos, a mando do sócio Jaziel dos Santos, de 49 anos.
O policial civil foi morto com golpes de faca no pescoço e ao menos quatro no tórax, sem chance de defesa, uma vez que foi vítima de uma emboscada. Segundo denúncia do Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO), Jaziel encomendou a morte de Kleber por conta de desentendimentos nos negócios. Eles atuavam na construção de casas populares para venda financiada, sendo que Jaziel responsável pela contratação de mão de obra e supervisão dos serviços e Kleber responsável pela parte financeira.
Policial civil de Morrinhos e dono de empreiteira havia demonstrado insatisfação com serviço do sócio
Consta na ação penal que dias antes de morrer, Kleber havia demonstrado insatisfação com a qualidade das obras e gastos desnecessários na reparação das falhas, exigindo melhor atuação do sócio e dos profissionais que contratados por ele. Ainda de acordo com o documento, os imóveis construídos eram registrados em nome de Lorrainy Rosa dos Santos Patrício, filha de Jaziel. Duas dessas casas constavam como de sua propriedade, sendo esse, segundo a denúncia, o segundo motivo da morte do policial.
Sileido, que atuava como pintor nas obras das casas, receberia uma recompensa de R$ 10 mil, prometida por Jaziel. Após matar Kleber, ele ainda ficou com o celular e motocicleta da vítima. Tanto o mandante, que negava a acusação, quanto o executor do crime foram presos no mesmo dia.
O sócio do policial, Jaziel dos Santos, é acusado por homicídio com as qualificadoras de promessa de recompensa, motivo fútil, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima, e Sileildo da Silva é acusado por homicídio triplamente qualificado, por motivo mediante ao pagamento de recompensa, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima, e furto.
Kleber Cesar Farias ingressou na Polícia Civil em 2009, e no ano em que morreu trabalhava na Delegacia de Caldas Novas. Na época, ele deixou a esposa grávida do primeiro filho.