Dois policiais militares, lotados na 4ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM), foram presos na manhã desta terça-feira (26/2), suspeitos de matar o vendedor Jeferson Alves Martins, de 25 anos, e forjar confronto. O crime ocorreu no dia 9 deste mês, em Aragarças, interior de Goiás. Os mandados de prisão foram cumpridos pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO), por meio do Grupo Especial de Controle Externo da Atividade Policial (GCEAP) e da Promotoria de Justiça de Aragarças, em conjunto com a Corregedoria PMGO.
De acordo com o MP-GO, os mandados de prisão foram expedidos pelo juízo da comarca de Aragarças no âmbito de procedimento investigatório criminal, que apura a prática de homicídio qualificado contra o jovem. Os PMs são investigados ainda por suspeito de fraude processual, uma vez que poderiam ter simulado um confronto para justificar a morte do jovem.
Jovem enviou áudio para mãe momentos antes de morrer, em Aragarças
O Ministério Público goiano apura as circunstâncias em que Jeferson foi morto. Momentos antes de ser assassinado com quatro tiros, o jovem mandou áudios via WhatsApp para a mãe e para a namorada. Conforme investigações, as gravações apontam uma possível contradição na versão oficial dos policiais militares, que haviam dito que o rapaz teria morrido em troca de tiros com eles.
Nos áudios, Jeferson conta para as duas mulheres que foi chamado por um amigo que teve o carro quebrado, mas ao chegar lá, constatou que na verdade o homem tinha roubado uma fazenda. Ele ainda passa sua localização, e pede para a mãe fazer contato com uma advogada da família, uma vez que ele foi detido pela polícia. Ele trabalhava como vendedor e morava em Hidrolândia, na Região Metropolitana da capital. O jovem deixou dois filhos: um menino de 1 ano e 10 meses e uma menina de 7 anos.
Ônibus escolares de Aragarças são incendiados como vingança pela morte do jovem
Na madrugada do domingo (10/2), um dia após o crime, sete ônibus escolares, um carro do Instituto Médico Legal (IML) foram incendiados no pátio de uma secretaria da cidade. Conforme apurado pela Polícia Civil, o crime foi cometido como forma de vingar a morte de Jeferson e cinco pessoas foram presas.