Quando Jorge Kajuru (PRP-GO) abria a boca no plenário da Câmara Municipal de Goiânia, ainda vereador, colegas, assessores e jornalistas respiravam fundo.
Sabiam que ele não pouparia críticas, que ia da gestão do prefeito Iris Rezende e seus secretários e até mesmo de decisões do governo estadual, nas gestões de Marconi Perillo e José Eliton.
Era por meio de transmissões ao vivo de dentro do gabinete 44 que as críticas eram mais deliberadas. Sem qualquer receio, com documentos sobre a mesa ou entrevistados, apresentou ao público um estilo diferente de legislar.
Com adjetivos pouco conhecidos, não poupou críticas nem aos que com ele bebiam vinhos caros em adegas de Goiânia. Quem sabe, por exemplo, o significado de vulpino, despótico e ignóbil.
E é este Kajuru que bate ponto nas sessões do Senado Federal. A imprensa nacional, que às vezes o procurava mais pelo histórico polêmico do que pelo mandato como vereador, agora escreve e publica perfis que não diferenciam muito do que Goiânia acostumou a ver.
O Uol, por exemplo, o classificou como a “voz mais ouvida no plenário do Senado”.
Para escolher o presidente da Casa, Jorge Kajuru recorreu a uma enquete no Facebook para que as pessoas pudessem escolher em quem votar.
Carregado de sarcasmo, apresenta um discurso ameno quanto à Reforma da Previdência. Para ele, bastaria cortar gastos.
“Se tivesse um governo que cortasse gastos, respeitasse o dinheiro do público, não precisaria de Reforma da Previdência”, disse o senador em sessão.
Na mesma sessão, classificou o ditador Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, entre outras coisas, de vulpino – raposa – por causa da insistência de ele continuar no poder. Lembrando que o país vizinho vive sob tensão nas fronteiras, inclusive com mortes de civis.
Jorge Kajuru ressalta contradição de Sérgio Moro
Ele, ainda, relembrou a contradição do ex-juiz e ministro da Justiça de Bolsonaro, Sérgio Moro, de não reconhecer Caixa 2 como um crime grave.
Na última edição, ÉPOCA publicou um perfil com fotos de Kajuru sem camiseta e suas tatuagens.
Segundo a reportagem, dos 168 Projetos de Lei que devem ser apresentados pelo senador por Goiás, 118 foram herdados do lendário político Cristovam Buarque (PPS).
Kajuru, revela a revista, quer a ajuda de Heloísa Helena, com quem deve discutir projetos na área de saúde.
O sonho de Kajuru, desde quando era vereador, é a ampliação do atendimento a diabéticos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Ele é diabético, que chegou a tirar dele parte da visão.
Com aquele jeitão estrondoso, é assim que ele defende um dos mais polêmicos projetos: obrigar toda a diretoria da Vale a tomar a do Rio Doce. “Já que eles dizem que não é poluído”, disse.